O Sporting Clube de Pombal (SC Pombal) está a passar por dificuldades financeiras e os jogadores ainda não receberam os subsídios referentes ao primeiro trimestre do ano, situação que tem provocado momentos de protesto.
Ao JORNAL DE LEIRIA, o capitão da equipa pombalense, Paulo Martins, confirmou a situação e admitiu que os jogadores sentem-se “desiludidos” pela “falta de comunicação e transparência do presidente”.
Além da falta de pagamento dos subsídios desde Janeiro, o líder da equipa afirma que os jogadores “compreendem” a situação do clube e estão “dispostos a ajudar”, mas pretendem que “o presidente apareça para dizer alguma coisa”.
“Não aparece para dar uma palavra de parabéns na vitória, nem um sermão na derrota”, lamenta Paulo Martins, que já representa as cores do SC Pombal há dez anos.
Apesar do sentimento de falta de apoio, o capitão de equipa garante que esta questão até ajudou a “unir ainda mais” os jogadores. “Vejo a equipa muito mais solidária”, referiu. Prova disso são os resultados desta época desportiva, em que o SC Pombal ocupa o 1.º lugar da Divisão de Honra Lizsport, com 55 pontos, posto que garante a promoção ao Campeonato de Portugal.
Revoltados com a atitude da direcção, os jogadores exibiram, no último jogo de domingo, contra o Alqueidão da Serra, uma tarja com a frase “Dignificamos o Sporting Clube Pombal. Só pedimos respeito à direcção do clube”.
Também Pedro Solá, treinador da equipa, afirma que os jogadores não estão revoltados com os pagamentos em atraso, mas sim com a forma como estão a ser tratados pelo corpo directivo. “O protesto dos jogadores não foi nada contra o clube, foi feito a solicitar respeito. Neste momento, eles não se sentem respeitados”, comentou o treinador, ao adiantar que os jogadores também protestaram no treino de 20 de Março.
O presidente do SC Pombal, António Sintra, recusou-se a prestar qualquer comentário, mas o vice-presidente confirmou que existe “algum atraso nessas ajudas de custo”.
“Os nossos patrocinadores habituais têm tido alguma dificuldade em acompanhar os valores que normalmente davam. Nós estamos a estudar outras vias de financiamento para conseguirmos chegar a Maio com os valores todos acertados”, adiantou Miguel Oliveira, sem divulgar o montante em dívida.
Apesar dos constrangimentos financeiros, o dirigente garante que a equipa está unida e que a direcção mantém-se do lado dos jogadores.
Sobre os protestos, Miguel Oliveira defendeu que os atletas estão no “direito” de as realizar.
Na última quarta-feira, a direcção do SC Pombal emitiu um comunicado onde lamenta a tomada de posição dos jogadores e assume-se “surpreendida” com o protesto realizado no início do jogo de domingo.
“Esta direcção respeita, e muito, não só os atletas como todos aqueles que estão e estiveram ligados aos quadros do clube, como de resto evidenciam os esforços envidados para encontrar soluções que não só permitam a estabilidade do clube, com a consequente regularização dos compromissos assumidos, como também almejar a subida de patamar competitivo, desde que feita de forma responsável. Motivo pelo qual não podemos deixar de lamentar o protesto do passado fim-de-semana”, pode ler-se na nota publicada nas redes sociais.
A direcção garante que “é a primeira interessada em resolver os problemas que existem” e que tem sempre dirigentes “presentes com as equipas”.
A 12 de Abril, às 21 horas, está convocada uma reunião ordinária da Assembleia Geral para a apresentação, discussão e votação do relatório e contas da direcção e para apresentar o parecer do conselho fiscal referente ao exercício de 2023.