Dando continuidade a uma prática iniciada no ano passado, o bispo de Leiria-Fátima divulgou, esta tarde, as contas da diocese. De acordo com resumo do relatório, os Fundos Económico Diocesano e do Clero registaram, em 2020, um prejuízo global na ordem dos 45 mil euros.
Já no ano anterior, o saldo geral das contas tinha sido negativo. Isto porque, apesar de o fundo económico ter tido um resultado positivo de 15 mil euros, o prejuízo do fundo do clero, que tem como finalidade “prover à condigna sustentação dos sacerdotes e diáconos”, foi muito superior (45 mil euros).
No comunicado onde torna públicos os resultados económicos referentes a 2020, o bispo de Leiria-Fátima nota que os efeitos da crise pandémica “ainda não se fazem sentir nestas contas”, mas adverte que se reflectirão nos relatórios dos próximos anos. Situação que, segundo D. António Marto, vai exigir “medidas de poupança e de angariação de fundos para garantir a sustentabilidade dos serviços diocesanos, as remunerações e o apoio ao clero idoso”.
De acordo com os dados divulgados, o Fundo Diocesano do Clero, que é alimentado por donativos e contributos de pessoas e instituições, obteve, no ano passado, 81 mil euros de receitas (menos 15 mil do que em 2019).
A maior fatia da receita corresponde ao contributo dos sacerdotes (53 mil euros). Das paróquias vieram quase 15 mil euros das paróquias, enquanto as missas e donativos renderam 12 mil euros.
Do lado da despesa, o resumo do relatório indica que foram gastos cerca de 100 mil euros com o complemento de reforma dos padres idosos e 20 mil euros com complementos de remunerações.
O Fundo Diocesano do Clero teve, assim, um resultado negativo de quase 40 mil euros.
Já o Fundo Económico da diocese, que recolhe as ofertas, contributos e rendimentos para “garantir os meios necessários ao bispo e seus colaboradores no governo da diocese, para a vida e actividade desta”, registou receitas de 453 mil euros e despesas de 458 mil euros, resultando num saldo negativo de cinco mil euros.
O contributo do Santuário de Fátima, no valor de 232 mil euros, foi a receita mais significativa, seguindo-se as ofertas de instituições diocesanas (58 mil euros) e de prestação de serviços (55 mil euros). O contributo das paróquias ascendeu a quase 47 mil euros.
Do lado da despesa, o volume maior foi para remunerações e encargos (243 mil euros) e para os gastos com evangelização, formação e subsídios (154 mil euros).
Naquele comunicado, D. António Marto explica que a publicitação das contas “é um meio de dar a conhecer este aspecto da vida” da Igreja Diocesana, “de agradecer aos fiéis a sua generosidade” e de assumir “o compromisso de administrar fielmente os bens que nos são confiados para o cumprimento da missão eclesial no mundo”.