A urgência geral do Hospital de Santo André (HSA) foi reestruturada de forma a criar duas áreas distintas, uma para o tratamento de utentes infectados ou com suspeita de infecção pelo Covid-19 e outra área para doentes não infectados pelo vírus, que se desloquem ao hospital para tratamento de outras patologias.
Assim, na área do HSA reservada aos doentes com suspeitas ou infectados serão tratadas pessoas que tenham queixas respiratórias e apresentem sintomas gripais como tosse, expectoração, falta de ar ou febre, e tenham vindo de áreas de transmissão comunitária nos últimos 14 dias: China, Coreia do Sul, Japão, Singapura, Irão, Itália, Suíça, Espanha (La Rioja; Madrid; Catalunha; País Basco), Alemanha (North-Rhine-Westphalia; Baden-Wurttenberg; Baviera) ou França (Ilha de França; Grand Est) e/ou tenham estado em contacto com pessoas diagnosticadas com o novo coronavírus.
Em comunicado de ontem à noite, o HSA explica que a pré-triagem de doentes suspeitos é feita por um enfermeiro devidamente protegido com equipamentos de protecção individual, na tenda de campanha vermelha cedida pelos Bombeiros Voluntários de Leiria, que está montada junto às urgências.
Através de um breve questionário, o enfermeiro define se o doente tem ou não critérios para ser considerado caso suspeito, para posterior validação.
Os que reúnam critérios para serem considerados casos suspeitos são encaminhados para a “Área Covid-19” da urgência (antiga “área de verdes” da urgência geral), junto à qual se encontra a tenda, onde será feita a colheita para realização de testes de contágio, para posterior envio para o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), para averiguação dos resultados (positivo/negativo).
Até ao final desta semana, além das colheitas junto dos doentes identificados como casos suspeitos validados, o Centro Hospitalar de Leiria vai também passar a realizar testes no seu laboratório e “assim, obter os resultados de forma mais célere, num prazo entre cinco a seis horas”.
No momento da realização do teste, a DGS é informada de que o doente é um caso suspeito; o doente é enviado para casa e aguarda o resultado, sendo posteriormente contactado pela autoridade de saúde local, explica o comunicado.
“Aos doentes com resultado positivo, que não manifestem sintomas graves e tenham sido enviados para casa, é-lhes entregue, no CHL, um folheto com a informação que deverão seguir; posteriormente serão novamente contactados no sentido de avaliar se há necessidade de voltarem ao hospital ou se poderão continuar em casa, sob vigilância”.
Os doentes que na triagem apresentem insuficiência respiratória não são enviados para casa, sendo colocados na “Área Covid-19”, onde deverão aguardar o resultado do teste; em caso de resultado positivo, o doente é encaminhado para a “Unidade de Internamento Covid-19” (antiga Unidade de Internamento de Cuidados Intermédios), que dispõe de 20 camas e 20 ventiladores para o tratamento destes doentes.
Estas duas áreas terão profissionais em exclusivo e os turnos de urgências na “Área Covid-19” serão de oito horas; estão definidos circuitos exclusivos para os doentes, uma máquina de TAC, e todo o tratamento a estes doentes é feito no piso 0 do HSA, para evitar o uso de elevadores, explica o Centro Hospitalar.
A unidade de cuidados intensivos conta ainda com dois quartos de pressão negativa equipados com ventiladores para serem usados em exclusivo para doentes Covid-19.
O HSA está a tomar medidas para evitar a afluência às consultas externas, e a preparar mais áreas para aumentar a zona de triagem e prestação de cuidados a doentes infectados com coronavírus.
Até ontem à hora em que emitiu o comunicado, cerca das 21 horas, “o CHL não registou nenhum caso positivo do novo coronavírus entre os casos suspeitos tratados”.