O crédito habitação é um compromisso a longo prazo, que implica uma análise cuidadosa e ponderada, afinal de contas este é um dos maiores compromissos de crédito que se pode contrair na vida.
Neste artigo, damos-lhe algumas dicas para comparar diferentes propostas de empréstimo habitação. Para nos ajudar, contámos com o apoio de um especialista em crédito habitação, a UCI – União de Créditos Imobiliários, que nos dá 5 dicas muito úteis para comparar propostas:
1. Compare propostas em diferentes bancos;
2. Analise em detalhe as FINE;
3. Informe-se sobre as vendas associadas;
4. Avalie diferentes opções de prazo;
5. Simule diferentes tipos de taxa de juro.
1. Compare propostas em diferentes bancos
Ao pedir crédito habitação grande parte das pessoas acaba por consultar em primeiro lugar o banco onde têm conta. A primeira dica é: – não se fique só pelo seu banco. Para poder tomar a melhor decisão é importante que consulte propostas em diferentes bancos, só assim, terá a certeza de estar a fazer a escolha certa.
Por exemplo, na UCI poderá fazer uma análise do seu pedido de crédito habitação sem qualquer custo ou compromisso e ficar a conhecer a viabilidade do seu pedido de empréstimo, as várias opções disponíveis e as condições do crédito habitação para comparar com outras propostas.
2. Analise em detalhe as FINE
Ao fazer uma simulação de crédito habitação vai receber a Ficha de Informação Normalizada Europeia (FINE). Este é o documento que reúne em detalhe as características da proposta do banco, tais como:
-
O montante de empréstimo
-
O tipo de taxa de juro (variável, mista ou fixa);
-
O prazo do empréstimo
-
As condições financeiras aplicadas ao empréstimo (o spread e a taxa de juro)
-
A TAEG e o MTIC
-
A prestação mensal
-
O quadro de amortização do empréstimo
-
E outros dados importantes como as obrigações, os custos, as comissões e os seguros
Antes de comparar propostas tome nota que é importante utilizar os mesmos elementos para a comparação das propostas, nomeadamente: o valor de compra, o montante de empréstimo; o tipo de taxa de juro e o prazo do empréstimo.
Depois, para escolher a melhor proposta de crédito habitação não basta olhar apenas para o spread e para a prestação. Deverá ver a proposta como um todo. Para isso deve ter em conta dois importantes indicadores:
-
O MTIC (Montante Total Imputado ao Consumidor) – Indica o valor total que terá de pagar pelo crédito, incluindo o montante total do empréstimo, os juros, as comissões, os impostos e outros encargos.
-
A TAEG (Taxa Anual de Encargos Efetiva Global) – Inclui os juros, as comissões, despesas, os impostos, os seguros e outros produtos que contrate para baixar o spread.
3. Informe-se sobre as vendas associadas
Os produtos adicionais ou vendas associadas facultativas, são produtos financeiros, como contas, cartões de crédito, seguros, entre outros, que são normalmente propostos pelos bancos como contrapartida para a redução do spread.
É importante ter em atenção que a contratação destes produtos pode influenciar o custo total do empréstimo. Além disso, caso desista de um ou mais produtos, o spread poderá perder a bonificação inicialmente concedida e poderá passar do spread contratado (mais baixo) para o spread base(mais elevado), ficando assim a pagar mais pelo crédito.
Portanto uma dica muito útil é analisar estes produtos em detalhe, perceber se precisa realmente desses produtos no seu dia-a-dia e saber de facto qual o seu impacto no custo do empréstimo habitação.
4. Avalie diferentes opções de prazo e tipo de taxa de juro
Ao escolher o prazo não opte simplesmente pelo prazo máximo possível, isto porque, muito embora a prestação seja menor, pagará juros durante mais tempo e por isso o crédito ficará mais caro.
O truque é escolher, sempre que possível, o prazo mais baixo possível e que corresponda a uma prestação que seja confortável. Ou seja, um prazo que lhe permita pagar juros durante o menor tempo possível.
5. Simule diferentes tipos de taxa de juro
Em relação ao tipo de taxa de juro, existem no crédito habitação 3 opções de taxa de juro.
-
A taxa de juro variável, que está indexada à Euribor e poder variar em função das alterações do mercado das taxas de juro,
-
A taxa de juro fixa, que não altera durante toda a duração do empréstimo;
-
A taxa de juro mista, que combina um período com taxa de juro fixa no início, seguido de um período com taxa de juro variável.
A escolha da taxa de juro trata-se sobretudo de uma decisão pessoal. A taxa fixa é indicada para quem privilegia a segurança e quer ter uma prestação sempre igual durante todo o empréstimo. A taxa variável é mais adequada para quem não se importa de ver a sua prestação variar conforme o mercado. E a taxa mista reúne o melhor das duas anteriores.
Na hora de escolher, não exclua nenhuma das possibilidades logo à partida. O melhor será simular os diferentes cenários, comparar os valores de prestação e definir o que é mais importante para o seu caso.
Conclusão
Estas são 5 dicas de crédito habitação que deve ter em conta quando estiver a comparar propostas de diferentes bancos. Se está a pensar comprar casa, que tal começar já pela primeira dica e consultar a proposta de uma instituição de crédito habitação diferente do seu banco!