Adivinha-se um dia de emoções fortes para a fadista e artista plástica Cristina Maria, que, no sábado, 17 de Junho, ocupa o Teatro José Lúcio da Silva, em Leiria.
Depois das 21:30 horas, vai a palco e protagoniza o concerto “Fado”, com quatro músicos e um convidado especial; mais cedo, pelas 17 horas, no átrio da sala de espectáculos, inaugura a exposição com que comemora 25 anos de escultura.
Cristina Maria é uma antiga aluna da escola de artes e ofícios da Batalha – e, no Teatro José Lúcio da Silva, vai ter a primeira peça realizada nas aulas do mestre Alfredo Ribeiro. “É um exercício, não é uma obra artística”, assinala a autora. “Disse-me: vai aí a um jornal ou revista e tira qualquer coisa para trabalhar ângulos. Saiu o símbolo da Mitsubishi”.
A exposição 25 Anos de Escultura – Cristina Maria reúne 18 obras, maioritariamente em pedra, do calcário das serras de Aire e Candeeiros aos mármores portugueses e à rocha vulcânica dos Açores. Por exemplo, “Menina Mulher do Capote”, produto da estadia de dois meses na ilha de São Miguel, onde trabalhou e expôs, durante a pandemia.
No próximo sábado, é lançado o livro que acompanha a exposição e a artista orienta uma visita guiada. “A música está sempre implícita nas minhas obras, vai ser bastante notório”, adianta.
Uma das peças, proveniente da colecção da Fundação Montepio, é uma homenagem a Amália Rodrigues. O fado e a sensualidade do corpo feminino são temas recorrentes nas esculturas de Cristina Maria, que mantém um ateliê oficina no concelho de Alcobaça e também se dedica a intervenções, incluindo, de restauro, em monumentos e edifícios históricos – é o caso da rosácea do Convento de São Francisco, em Santarém.
Para “fazer a ligação da obra musical com a obra escultórica”, Cristina Maria preparou “um espectáculo diferente”. A acompanhá-la, vão estar os músicos Ricardo Silva (guitarra portuguesa), António Neto (guitarra clássica), Jorge Carreiro (contrabaixo) e João Maneta (bateria), com o cantor João Miguel como convidado especial.