O projecto “Leiria Compassiva – comPAIXÃO pelos seus!” conquistou uma bolsa de financiamento para tornar a cidade e a comunidade compassivas, a primeira da região Centro do país, após candidatura ao concurso “Portugal Compassivo: Laços que Cuidam”, promovido pela Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos e pela Fundação “la Caixa”.
“Temos dois grandes objectivos: a capacitação – sensibilização e formação da nossa comunidade para o cuidar de pessoas com doença grave ou incapacitante, e o agir – queremos colocar a nossa comunidade em ação, a cuidar e a apoiar os cuidadores e doentes seguidos pelo Serviço de Cuidados Paliativos do Centro Hospitalar de Leiria, com uma rede de cuidados na comunidade leiriense, com o apoio dos nossos parceiros”, explica Catarina Faria, directora do Serviço de Cuidados Paliativos do CHL, que coordenará este projecto.
O projecto foi submetido pelo Serviço de Cuidados Paliativos do CHL, com total apoio do seu Conselho de Administração, e conta com vários parceiros: a Câmara Municipal de Leiria, a Escola Superior de Saúde do Politécnico de Leiria, a Sociedade Artística Musical dos Pousos (SAMP), Jiga Joga, Associação Carlotazinha e Associação Portuguesa de AVC.
Catarina Faria acrescentou que o “mundo precisa de pessoas compassivas e Leiria tem as pessoas, e este projecto é para elas”.
Death Café e workshops
“Queremos enaltecer o lema “Tratar os outros como você gostaria de ser tratado”, transparecendo a compaixão pelo outro em todos os seus actos”, acrescentou a responsável.
A candidatura propõe a realização de vários eventos, como uma conferência inaugural, que preconiza o início do Leiria Compassiva, e ao longo do ano a concretização de quatro sessões denominadas “Death Café” e quatro workshops.
No último trimestre será organizado o Encontro Nacional de Cidades Compassivas e uma conferência final.
O financiamento conquistado engloba a criação de uma plataforma online (Leiria comPAIXÃO), que funcionará como agregador de informação e conteúdos, e permite a visualização dos workshops e de sessões online de musicoterapia, pré-gravadas, como ferramenta de promoção da compaixão, destinadas, por exemplo, para usar no domicílio de pessoas em fim de vida.
Mulheres, homens e crianças
O projecto incidirá em três áreas diferentes, dirigindo-se a mulheres, cuidadoras de doentes em fim de vida, a homens que cuidam e a crianças e jovens que sentem.
Alojado na plataforma ‘online’, a iniciativa “Entre Mulheres” possibilitará a troca de experiências, tirar dúvidas com profissionais e ter acesso a material de apoio. Para a área “Homens que Cuidam” serão realizadas ações de sensibilização, abertas a toda a comunidade, com recurso a curtas-metragens e vídeos, com testemunhos e espaço para debate.
Dirigido a “Crianças e Jovens que Sentem”, o objectivo é a intervenção em cada um dos quatro agrupamentos de escolas das União de Freguesias de Leiria, Pousos, Barreira e Cortes e de Marrazes e Barosa, “por serem zonas indicadas como área de referenciação no projeto da Equipa Domiciliária de Suporte em Cuidados Paliativos do Serviço de Cuidados Paliativos do CHL”.
Com previsão para arrancar em Janeiro de 2023, o projecto pretende “falar sobre a morte e desmistificar a mesma, com recurso a curtas-metragens que promovam a discussão de ideias”.
Falta literacia
Catarina Faria considerou que “há muita falta de literacia” e este projecto irá contribuir para aumentar o conhecimento da comunidade em Leiria.
O financiamento obtido engloba a criação de uma plataforma ‘online’ (Leiria comPAIXÃO), que funcionará como agregador de informação e conteúdos, e permite a visualização dos ‘workshops’ e de sessões ‘online’ de musicoterapia, pré-gravadas, como ferramenta de promoção da compaixão, destinadas, por exemplo, a serem usadas no domicílio de pessoas em fim de vida.
A actividade “Laços que Cuidam” visa a criação de um banco de tempo com o envolvimento de, pelo menos, 20 voluntários, até ao final de 2023.
O principal objectivo é que cada voluntário disponibilize, pelo menos, dez horas por trimestre para dinamização de actividades promotoras de bem-estar, junto de pessoas com doença avançada ou incurável, cuidadores e/ou famílias, realizando previamente acções de formação sobre o cuidar compassivo, com os parceiros do projecto.