Ligar Portugal ao Brasil, por mar, sozinho num barco à vela, para entregar uma imagem de Nossa Senhora e assinalar os 100 anos das aparições de Fátima e os 300 das aparições da Senhora Aparecida. É este o próximo projecto de Ricardo Diniz, previsto para o mês de Outubro.
O velejador vai receber do Santuário de Fátima uma imagem benzida de Nossa Senhora, seguindo depois a pé até Peniche (“quem quiser pode acompanharme nesta caminhada”), onde estará o veleiro coberto de flores.
O barco ostentará três palavras: Fé, Paz e Amor. Uma mensagem universal de Portugal para o mundo, “independentemente da fé de cada um e respeitando todas as crenças e religiões”, explica Ricardo Diniz, considerando que esta mensagem assume particular importância tendo em conta a situação actual de conflitos e ataques terroristas que ocorrem um pouco por todo o mundo.
Uma vez que Outubro é o mês das últimas aparições de Fátima, e também o das celebrações de Nossa Senhora Aparecida no Brasil, o velejador tenciona sair de Peniche no início desse mês, prevendo chegar a Salvador da Bahia cerca de um mês depois.
[LER_MAIS] “A ideia surgiu há ano e meio, quando me apercebi do fortíssimo alinhamento das datas das aparições em Portugal e no Brasil. Os brasileiros são muito religiosos e para muitos deles vir a Fátima é um sonho. Sinto que é importante reforçar a ligação com essa economia emergente e levar Fátima aos brasileiros”, explicou o velejador ao JORNAL DE LEIRIA.
Por ser um projecto “irrepetível”, que só faz sentido este ano, o velejador trabalha nele há 18 meses, mas reconhece que “não tem sido fácil” o seu financiamento. “O Turismo do Centro acolheu muito bem a ideia, mas não apoia financeiramente. Respeito, claro, mas não compreendo”, diz Ricardo Diniz.
“Não temos orçamento”, explica Pedro Machado, presidente do Turismo Centro de Portugal, reconhecendo contudo que o projecto “é mais uma iniciativa de valorização da marca Fátima, que nos aproxima de um mercado importante como é o Brasil. É um evento com uma dimensão invulgar, carregado de simbolismo”.