O concelho de Leiria já recebeu mais de 250 milhões de euros (ME) de fundos europeus. O dado foi revelado pelo presidente da câmara durante as celebrações nacionais do Dia da Europa, que tiveram lugar em Leiria, na terça-feira.
“Sem Europa, Leiria não seria o que é hoje”, afirmou Gonçalo Lopes, destacando, por exemplo, os apoios concedidos para “a requalificação do espaço público, para a qualificação de recursos humanos, para projectos de instituições públicas, movimento associativo e elevação do nível competitivo da nossa economia”.
Mas, frisou o autarca, a Europa não se resume à capacidade de utilizar os recursos disponíveis. “É também lar, reduto solidário de defesa e garantia de liberdades e direitos consagrados, mas é sobretudo sonho e esperança.”
O mesmo foi sublinhado pela comissária europeia da Coesão, Elisa Ferreira, para quem a “aventura europeia” dos países que compõem a União representa não só “prosperidade, progresso e bem-estar, mas também democracia” e “esperança”.
A comissária reconheceu, no entanto, que, tal como todas as construções humanas, a Europa “não é perfeita” nem está terminada. “Vai-se construindo em resposta a crises e a desafios”, constatou Elisa Ferreira, considerando que “o momento que acabámos de atravessar na vida da Europa”, com a pandemia e aos impactos da invasão russa da Ucrânia, demonstrou que “temos aprendido alguma coisa como europeus, ao colocarmos a solidariedade e a acção comum no centro das respostas”.
A comissária salientou, no entanto, que “as crises deixam marcas”, advertindo que “o ambiente de poli-crise que vivemos é potenciador de riscos e rupturas, se não soubermos estar à altura do que se espera de nós”. Por outro lado, “esses mesmos desafios constituem importantes factores de agregação, porque sabemos que as respostas a dar são sempre insuficientes e menos eficazes se cada um actuar isoladamente”. “Ou remamos juntos, ou afundamo-nos todos”, defende.
Também a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, reconheceu que as sucessivas crises fizeram com que a “ideia de Europa tenha sido colocada em causa em alguns países” e que a “persistência” de desigualdades “corrói a democracia e corrói as instituições, confrontando os países e a União Europeia com a capacidade de criar sociedades coesas”.
“É importante, do ponto de vista da construção europeia, ter instrumentos que sejam capazes de responder a estas crises permanentes”, para que tenhamos uma Europa “mais resiliente e preparada para os desafios de futuro”, afirmou Mariana Vieira da Silva.