Através dos seus drones AR5, desenvolvidos em cerca de 90% em Caldas da Rainha, o Grupo Tekever está a trabalhar em parceria com a Marinha e com os Serviços Alfandegários Franceses no reforço da vigilância marítima e em operações de monitorização e inspecção em águas francesas.
As missões implicam monitorização de poluição e de emissões, detecção de pesca ilegal, combate ao tráfico de drogas e imigração ilegal, vigilância de fronteiras e operações de busca e salvamento.
O serviço é disponibilizado pela Tekever em parceria com a francesa Collecte Localization Satellites, no âmbito de um contrato com a Agência Europeia de Segurança Marítima, explica ao JORNAL DE LEIRIA Tiago Nunes, um dos responsáveis pelo grupo que tem sede em Lisboa e pólos em Caldas da Rainha, Ponte de Sor e ainda no Reino Unido.
O Tekever AR5 é um sistema aéreo não tripulado que está a ser operado sobre o Mar Mediterrâneo, a partir da Base Aérea de Istres-Le Tubé, uma unidade da Força Aérea Francesa localizada perto de Istres, a noroeste de Marselha, especifica o grupo tecnológico.
Trata-se de um “UAV bimotor de asa fixa projectado para missões de vigilância marítima. Pode voar até 20 horas, dispõe de comunicações por satélite de alto débito, e pode integrar diversos tipos de sensores, incluindo radares marítimos, radares de abertura sintética, múltiplas câmaras diurnas e nocturnas, iluminadores laser, LiDAR e receptores AIS/EPIRB, proporcionando às autoridades inteligência de alta precisão em tempo real”.
É um vasto sistema que combina “o uso das mais avançadas tecnologias aeroespaciais, de electrónica, comunicações, informática e inteligência artificial”.
O contrato estabelecido com a Tekever permitiu assim a criação do “primeiro serviço comercial europeu de vigilância marítima e monitorização ambiental baseado em tecnologia não[LER_MAIS] tripulada”.
Controlo no Canal da Mancha
Tiago Nunes explica que os sistemas são desenvolvidos e produzidos nos centros de desenvolvimento e em unidades industriais no Reino Unido e em Portugal, sendo que a maioria do trabalho tem o contributo do pólo de Caldas da Rainha, onde operam 80 pessoas do conjunto de mais de 200 colaboradores que compõem o grupo.
Além da França, a Tekever está também a disponibilizar esta tecnologia em Itália e na Inglaterra (no controlo da ligação do Canal da Mancha), sendo que mais países demonstram já interesse nos drones portugueses. Sejam estes de grandes dimensões (que pesam até 150 quilos e têm mais de oito metros de envergadura), sejam estruturas mais pequenas, adianta Tiago Nunes.