A Polícia de Segurança Pública (PSP) admite que, no contexto do actual quadro do Estado de Emergência em Portugal, tem dedicado grande atenção a alguns tipos de crime que, potencialmente, poderão conhecer agravamentos e ou novas formas de concretização.
Um deles, refere a força policial, é o crime de violência doméstica, potenciado pelo confinamento domiciliário, “contrariando o esforço realizado ao longo de vários anos”.
Em Março, segundo dados fornecidos pela PSP, foram registadas 585 denúncias, o que representa uma quebra de 15% em comparação com o período homólogo de 2019.
“Antevendo que este decréscimo não reflicta a realidade, a PSP já iniciou a intensificação dos contactos pessoais com as vítimas de violência doméstica, no sentido de apurar da estabilidade da vivência familiar e, se necessário, proceder à imediata reavaliação individualizada de risco e reajuste das medidas de protecção da(s) vítima(s).”
“Constituindo crime público, qualquer pessoa (a própria vítima, familiar, vizinho, colega de trabalho ou outro), deverá participar qualquer situação suspeita. Constitui um ponto de grande importância para a PSP que a(s) vítima(s), com histórico anterior de vitimização ou não, sinta(m) que a quarentena agora vivida não é sinónimo de isolamento ou ausência de apoio. Pelo contrário. Por parte da PSP, há um total empenho em demonstrar que também durante o confinamento domiciliário o crime de violência doméstica é absolutamente inadmissível.
A informação sobre estes crimes poderá chegar à PSP pelas vias habituais, nomeadamente por intermédio do email violenciadomestica@psp.pt. Estas comunicações continuam a ser analisadas por equipas policiais especificamente preparadas e encaminhadas para as Equipas de Proximidade e de Apoio à Vítima da PSP, que se deslocarão aos locais para recolha de informação e reforçar a proteção da(s) vítima(s).”
A PSP recorda que, mesmo no actual contexto de Estado de Emergência, o crime de violência doméstica constitui um dos que merece reação e investigação prioritárias, com total empenho por parte da polícia, como o demonstram as 36 detenções realizadas este mês (mais quatro, comparando com o período homólogo).