E de repente, cá estamos nós, quase no Natal! Se já inauguraram as luzes na cidade e os reclames da televisão são todos de brinquedos, perfumes, chocolates e cabazes para a ceia, não há dúvidas, cá estamos nós, quase no Natal! Um gajo ainda anda de t-shirt na rua em finais de Novembro, mas o que é que isso importa se estamos quase no Natal?
Andar de t-shirt em finais de Novembro em Barcelona ainda é como o outro… é estúpido, mas não é nenhuma novidade… o problema é que a semana passada estive uns dias no Porto e foi a mesma coisa. No Porto, em finais de Novembro, de t-shirt, pá! Está tudo doido. Não tarda, o coelhinho vai com o Pai Natal e o palhaço no comboio à praia. O circo que se lixe!
Não há COP que nos valha, nem activismo que resista. E o pessoal não aprende. Ainda há um mês, o governo negacionista da Comunidade de Valência foi responsável por centenas de mortes provocadas por um fenómeno meteorológico que devastou uma parte da região e que, dizem os especialistas, será cada vez mais comum na zona do Mediterrâneo.
Alertas não enviados a tempo e horas, descredibilização das entidades competentes em matérias climáticas e meteorológicas, desmantelamento de organismos preparados para emergências, um perito em festejos taurinos nomeado para a direcção-geral do Interior, um presidente incontactável durante cinco horas no pico do desastre, porque estava a almoçar e mil e uma outras pantominas que ultrapassam o surrealismo mais surrealista.
Consequências? Até agora, zero. Aliás, ainda nos querem fazer crer que a culpa é da esquerdalhada do Governo Central que não os quis ajudar porque, vejam lá bem, o Governo da Comunidade é de direita. Não estou a gozar, disseram mesmo isto. Negacionistas, mentirosos e infantis. É a este tipo de gente que estamos cada vez mais entregues. Bicharada.
Já do Natal a começar em Novembro, negacionistas nem vê-los. Aceleram-nos a existência sem apelo nem agravo. Ainda há pouco olhei para o calendário e até me deu uma pontada.
Gosto muito da época natalícia, não me interpretem mal, mas cheira-me que esta antecipação vertiginosa alimentada a FOMO é capaz de dar cabo de nós antes das alterações climáticas. Dito isto, vou mas é fazer a árvore, não vá o diabo tecê-las!