DJ Carlos Matos, DJ Peregrino (Ricardo Ribeiro), DJ Cut!z, DJ Filipe Miguel (Filipe Oliveira) e DJ Nunchuck (Eduardo Morais) foram os escolhidos. Além da lista em papel, também é possível encontrá-la no Spotify.
DJ CARLOS MATOS
12 Ba(da)ladas para o Natal
1 – Populist, dos suecos Priest apregoa que é sempre mais fácil os governantes darem-nos o que queremos do que nos darem o que realmente precisamos. Gosto de artistas que nos fazem pensar.
2 – Novokuznetsk, dos russos Shortparis é um tema empolgante e delicioso que, pelo seu “exotismo” e toada, não deixa ninguém indiferente.
3 – Collapse, do projecto gaulês Fragrance é synthpop de casta superior. Elegante e estilizado.
4 – Os melhores temas dos húngaros Black Nail Cabaret não estão no Spotify. Ainda assim Satisfaction não os deixa ficar mal. Gosto de vozes femininas assim, quentes.
5 – Post Vitam, dos franceses L’an 2000 é post-punk de tradição neo-romântica e, por isso, tão eficiente como uma seta de cupido no coração.
6 – Some Words Of Faith foi um dos fantásticos temas que os parisienses Vox Low apresentaram no Entremuralhas 2017. O álbum que aí vem em Fevereiro é imprescindível!
7 – Os suecos Kite actuaram no Entremuralhas 2016. O concerto foi maravilhoso e teve um jogo de luz incrível! E luz(linhas) faz-me lembrar o Natal. Count The Days tinha, por isso, de estar aqui.
8 – Unter Die Haut, dos germânicos Die Selektion remete-nos para um ambiente “neubautiano” mas dançável. A banda também já actuou por cá, no Entremuralhas 2014.
9 – Vor Sonnen-Aufgang é o tema mais natalício (e único!) desta playlist. O seu vídeo, a par de Plass, da “nossa” Surma, é um dos mais bonitos que vi. A minha relação com os eslovenos Laibach é de amor. E, para privilégio meu, também de amizade!
10 – Peor Que las Demás, dos espanhóis La Bien Querida é a melhor canção de “dor de corno” que ouvi este ano.
11 – Too Little Too Late, do sueco Nils Bech é mel para os ouvidos. A voz efeminada e um instrumental sofisticado e arrojado fazem um casamento perfeito.
12 – Esta playlist tinha de acabar com um tema “moderadamente apoteótico”. Farewell My Heart, da polaca Mary Komasa desempenha muito bem essa função!
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DJ PEREGRINO (Ricardo Ribeiro)
Christmas is whenever a man wants and two reindeer love each other!, by Peregrino
“Sou Ricardo Ribeiro, também conhecido por Peregrino no meio da música e do djing, produzo e realizo o podcast Pedal de Distorção que, semanalmente, é partilhado na minha página no Mixcloud. Nesta época natalícia, venho partilhar músicas que definem de forma expressiva e harmónica a palavra Amor. A verdadeira essência do Natal… Desejo a todos um Feliz Natal, com música diferente para vos abrir a mente”.
1 – You’re so cool, de Jonathan Bree. É um tema que nos transporta a uma dimensão, movida por sons sem artefactos e movida por palavras simples e directas como perfeição exaltação do amor e união eterna.
2 – Sugar For The Pill, dos SlowDive. Deixa-me arrepiado faz-me lembrar a família e todos os que já partiram, pela sua melodia embaladora de sentimentos. Tem batidas memoráveis cheias de luzes cintilações e harmonia.
3 – Strangest Thing, dos The War on Drugs. Transmite-nos uma busca constante em atingir a plenitude que, na verdade não se encontra entre a dor e o amor esta música é arrebatadora.
4 – Another Weekend, de Ariel Pink. Move-me de forma especial para a lembrança de que todos somos passíveis de erro, mas que, ainda assim determinamos nós próprios a mudança crucial para fazer determinar a longevidade ou não das relações.
5 – God is in the house, de Nick Cave & The Bad Seeds. Cheira a família e a Deus. Leva-nos a uma esperança de que todos os males que nos assolam irão desaparecer, mas que, todos nós precisamos de Deus como ser supremo e que ele estará lá para todos. Esta música é Natal. Todos somos iguais, todos temos direito à vida.
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DJ FILIPE MIGUEL (Filipe Oliveira)
Playlist de Natal sempre a rock’n’rollar
“Não é uma tarefa fácil, no entanto fica aqui registado um pequeno set de músicas que seriam com certeza um excelente presente de Natal. Com isto, não estou a dizer que são as minhas preferidas, até porque esta coisas de escolher as melhores músicas pode sempre ser diferente de um dia para outro, dependendo muito do estado de espírito do momento. As escolhas são estas mas, amanhã, as músicas poderiam ser outras ainda que dos mesmos álbuns…”
1 – Hemma, do álbum Antwerpen, de Surma
2 – Ran, do álbum The Fair Field, dos Future Islands
3 – Holding On, do álbum A Deeper Understanding, dos The War On Drugs
4 – The Day I Die, do álbum Sleep Well Beast, dos The National
5 – Everything Now, do álbum com o mesmo nome, dos Arcade Fire
6 – I Used To, do álbum American Dream, de LCD Soundsystem
7 – First Caress, do álbum Hot Thoughts, dos Spoon
8 – Sleep Drifter, do álbum Flying Microtonal Banana, dos King Gizzard & The Lizard Wizard
9 – All Things Pass, do álbum Damage and Joy, dos The Jesus and Mary Chain
10 – The Man, do álbum Wonderful Wonderful, dos The Killers
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DJ NUNCHUK (Eduardo Morais)
Matracas de Natal
1- The Little Drummer Boy é emitido nos altifalantes por várias localidades nesta época. Já esta versão é facilmente encontrada nas colectâneas The Moog Machine, que tanto assombram as feiras de discos por todo o mundo.
2 – It’s Christmas Time é um exemplo de bizarria misturada com tradição, do mago Sun Ra.
3 – God Rest Ye Merry Gentlemen é o último clássico revestido, desta primeira parte das escolhas, pelas maravilhosas mãos do Jimmy Smith e o seu tripante órgão Hammond.
4 – Santa Claus é um tema dançante que, abrindo o som à electricidade mais gritante, chega dos senhores do garage rock, The Sonics.
5 – Santa’s Got a Bag of Soul aparece-nos já com a anca irrequieta. Sobrevoa-se o Atlântico e uns bons 50 anos até ao funk dos Poets of Rhythm
6 – 8 Days of Hannukah, da queen Sharon Jones é um tema que devia ser obrigatório nas ruas.
7 – Christmas Rappin’. O Natal também pode ser rappado no Harlem e que bem que o foi pelo Kurtis Blow.
8 – Skating. Se o amigo do Snoopy, Linus, estava frequentemente ao piano, devemo-lo ao Vince Guaraldi.
9 – Halleluwah. Termino com um tema nada natalício dos Can, só porque partilha o mesmo nome que o exaustivo homónimo.
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DJ CUT!Z (Jorge Vaz Dias)
Santa Cut!z
1 – Tears dry on their own, de Amy Winehouse. O Natal é um dia como outro qualquer para chorar. Também de alegria. Um dia, as lágrimas secam.
2 – Ain't no mountain high enough, de Marvin Gaye, Tammi Terrel. Dá o sample para a música acima e é o lado feliz e esperançoso das lágrimas tristes. Este tema parece-me ter lágrimas que cheguem para vários Natais.
3 – Green green grass of tunnel, de Múm. O Natal e das crianças e das crianças em nós. Melhor dizendo, a criança que ainda vive em nós e chega do frio. Para ouvir com a lareira morninha ou juntinho com um brandy e amigos no bar.
4 – Red right hand, de Nick Cave. Há qualquer coisa de patriarcal nessa canção. O padre na homilia depois de ter despachado um ou dois. Há ainda a cena dos sinos. Um Natal bem irónico.
5 – Mysterons (live), de Portishead. "Ao vivo" para dar aquela de concerto de Natal e depois aquela de filme de suspense hitchcockiano para ver depois dos filmes todos da tarde de Natal. Tipo desenjoar.
6 – Hallelujah, de Jeff Buckley. Um clássico por assim dizer duma playlist deste género. Incontornável, a fazer as pazes com o mundo, por muito que alma assim pareça não conseguir. Belo tributo ao mestre Cohen.
7 – Sisters of mercy, de Leonard Cohen Consegue estar em duas músicas seguidas e em três artistas/banda diferentes. Tudo no mesmo sapatinho. Para mim, o verdadeiro Pai do Natal dos apoquentados de espírito… e, já agora, de todos os outros que nunca o chegaram a conhecer!
8 – Scratch, dos Morphine. "Apoquentados de espírito" com morfina para passar. O único scratch num dj set de Natal!
9 – Given to Fly, dos Pearl Jam. Era para ser Wishlist, do mesmo álbum, mas já chega de coisas taciturnas. Parece-me muito "católica" e boa para as audiências e para a paz no mundo. P.S. já não estou a ser irónico.
10 – The man who sold the world (Unplugged), dos Nirvana. Como só podia ir até aos dez temas, meti no sapato, Deus, Super Homem, Nietzsche, Bowie e Robert A. Heinlein e claro esta versão de rebentar a alma e o peito de qualquer condenado à vida e à morte. Bom Natal!
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