Diz a gíria desportiva que prognósticos só no fim do jogo. Tal como no desporto, também na política não há vitórias antecipadas. Assim será, mas não em Alqueidão da Serra, onde já se sabe quem ganhará as próximas eleições autárquicas.
É que nesta freguesia do concelho de Porto de Mós, à semelhança do que aconteceu em 2017, há apenas uma lista concorrente à junta, a do movimento Juntos Fazemos Alqueidão da Serra (JFAS), que lidera os destinos da autarquia desde 2013, com Filipe Batista a encabeçar as sucessivas candidaturas.
O presidente da junta, que volta a concorrer, conta que a “aventura” nasceu da “vontade de fazer alguma coisa pela terra”. Foi esse desejo que mobilizou um grupo de amigos, “quase todos sem qualquer experiência autárquica” ou actividade político-partidária, na formação do movimento.
Da primeira vez que concorreram ainda tiveram a oposição de uma lista do PS, [LER_MAIS]partido que tem tradição na freguesia, mas a vitória sorriu ao movimento (58% da votação).
Nas eleições seguintes, em 2017, a candidatura do JFAS não teve adversário, alcançando 90% dos votos (os restantes foram brancos ou nulos). Agora, o objectivo é melhorar esse resultado e reduzir a abstenção, que nas últimas autárquicas rondou os 40% na freguesia, abaixo da média nacional.
Filipe Batista revela que, tal como já tinha acontecido nas anteriores eleições, este ano voltou a haver “tentativas de colagem” dos partidos ao movimento com promessas de “fazerem isto ou aquilo pela freguesia”. Mas a resposta foi a mesma: um redondo não.
“A postura dos partidos só nos dá razão. Se querem genuinamente fazer algo por Alqueidão, não precisam de manifestar apoio ao movimento”, defende o autarca, que acredita que a aceitação do movimento se deve “sobretudo à postura” da equipa que lidera.
“Não prometemos grande coisa, mas estamos presentes durante o mandato. Procuramos falar sempre verdade e esclarecer a população. Fazemos o que é possível dentro das limitações que temos, quer orçamentais quer de disponibilidade”, alega Filipe Batista, de 45 anos e professor na Escola Secundária de Ourém.
No balanço dos dois mandatos cumpridos não há nas palavras do autarca lugar para obras. Prefere antes falar da dinâmica que o executivo procurou impor, através de parcerias com o movimento associativo, e que se traduziu na promoção de actividades e iniciativas que pretendem promover “o bem-estar da população”, estimular o “espírito de comunidade” e aproximar a junta dos fregueses, nomeadamente dos mais jovens.
“Temos hoje uma freguesia mais limpa e mais amiga do ambiente. Demos atenção ao património. Houve um estreitar de relações entre associações”, reforça.
Sobre os próximos quatro anos, Filipe Batista antevê um mandato “importante” para o futuro da freguesia, porque coincidirá com a negociação de um novo contrato relativo ao parque eólico. A sua convicção é que o acordo que venha a ser alcançado poderá ser “uma grande mais-valia para Alqueidão da Serra”.