Trabalhou na área da publicidade, dedicou-se ao voluntariado, não parou de estudar e actualmente reside na Guiné-Bissau, onde tem pela frente uma dura tarefa: promover emprego na cultura num país onde a precariedade é grande.
Cláudia Rocha, de Leiria, chegou pela primeira vez a Bissau em 2015 e em Setembro de 2019 assumiu a assistência técnica de um projecto de cooperação ligado à cultura, gerido pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, do Ministério dos Negócios Estrangeiros. É para este organismo que Cláudia Rocha trabalha e vai continuar a trabalhar nos próximos anos.
Em causa está uma entidade de referência na coordenação e articulação da política externa do Governo nas áreas da cooperação internacional, promoção da língua e cultura portuguesas, e o dia-a-dia desta leiriense faz-se na capital deste pequeno país, entre a Embaixada de Portugal e a Direcção-Geral da Cultura da Guiné-Bissau.
Cláudia Rocha tem em mãos o projecto Procultura, que tem como objectivo a promoção do emprego nas actividades geradoras de rendimento no sector cultural nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa e Timor-Leste. Durante quatro anos e a decorrer ao mesmo tempo em cada um destes países, este projecto está focado na área da música, das artes cénicas e da literatura infantil, explica Cláudia Rocha.
“Gosto muito deste projecto principalmente porque prevê a criação de emprego na área cultural onde a precariedade em países mais pobres é ainda maior que em meios mais abastados. Anima-me a possibilidade de alguém poder fazer o que gosta e poder viver disso, poder com a sua criação ou produção artística pagar as suas contas, mandar os seus filhos à escola e ser feliz”, salienta Cláudia Rocha.
[LER_MAIS]De diferentes formas, Cláudia Rocha sempre esteve ligada à área cultural e da comunicação. Depois de sair da Escola Superior de Teatro e Cinema trabalhou em publicidade durante vários anos. Quando abandonou a publicidade, começou a trabalhar na área da cooperação, na vertente de comunicação e gestão de projectos, em diferentes Organizações Não Governamentais para o Desenvolvimento, nas Nações Unidas e em Associações Culturais. Fez voluntariado e conheceu vários países e foi este percurso que a levou novamente a estudar e a fazer o mestrado em Empreendorismo e Estudos da Cultura no ISCTE.
“Penso que é o meu conhecimento da realidade guineense, o gosto por este país e por este povo que me facilita as funções que tenho. Talvez ajude a minha grande vontade de aprender, de partilhar o que penso e com isso pensar coisas novas, mudar de ideias e se possível criar coisas. Talvez isso não se aprenda na academia, mas a academia ajuda muito a treinar uma visão crítica e fundamentada. Por isso, continuo a estudar e a trabalhar todos os dias”, realça Cláudia Rocha.