Em Fevereiro 2025 a Génerátion, sucursal da empresa francesa com a mesma designação a operar na área da gestão de seguros de saúde, vai abrir, em Leiria, o seu segundo escritório em Portugal.
Já com 120 pessoas a trabalhar em regime semi-remoto em Leiria, a empresa instalar-se-á em três pisos localizados na rua de Tomar, junto ao quartel dos Bombeiros Sapadores de Leiria, prometendo chegar a curto prazo aos 250 empregados.
Assim, igualará o número de colaboradores que opera a partir do outro escritório, instalado no Parque das Nações, em Lisboa.
Actualmente, os 120 colaboradores de Leiria distribuem-se entre o trabalho presencial, nas instalações da Startup Leiria e no Centro de Negócios BizWork, e o regime de teletrabalho rotativo.
O novo espaço em Leiria está a sofrer obras de adaptação, cuja empreitada, sem contabilizar o valor em equipamentos informáticos e em mobiliário, custará 1,5 milhões de euros.
A Génération pertence ao Grupo Adelaïde, que conta com mais duas entidades: a Verlingue, um corretor do seguros que também tem presença em Portugal, e a Cocoon, vocacionada para o mundo digital.
Globalmente, a Génération facturou em 2023 cerca de 102 milhões de euros.
Já a Génération Portugal é uma empresa gestora de contratos de saúde e trabalha, em exclusivo, com clientes empresariais franceses, a partir de Lisboa e de Leiria.
O director da sucursal no País, Richad Jiva Lila, explica, em traços largos, que a Génération gere contratos de seguros de saúde dos colaboradores de empresas francesas ou de contratos de saúde individuais.
Um gestor de saúde tem a cargo a gestão completa dos dossiês dos assegurados, tanto a parte administrativa como o atendimento ao cliente.
A empresa estabeleceu-se em Portugal em 2015, primeiro em Lisboa e, em 2021, escolheu Leiria para criar o seu segundo centro no País, mas tem planos para criar mais infra-estruturas noutras cidades portuguesas.
“Procurávamos no mercado perfis de colaboradores de qualidade, que falassem francês e encontrámo-los em Leiria”, conta o director da Génération Portugal, admitindo que a tarefa foi facilitada pela quantidade de emigrantes regressados e seus filhos, a residir na região.
Sofia Martins directora de Recursos Humanos da empresa sublinha que os colaboradores não precisam, como requisito, de uma licenciatura ou mestrado, mas que a prioridade é dada ao domínio do francês, valorizando a experiência administrativa, sendo necessário ainda agilidade informática.
A empresa oferece uma formação contínua na sua escola de formação interna.
“Os nossos pacotes globais de remuneração são muito interessantes. Mais do que um contexto de trabalho, temos um contexto de vida, porque, para nós, a empresa é uma família.
Faz sentido termos uma comunidade onde as pessoas se sentem realizadas no seu trabalho”, afirma Richad Jiva Lila.
Em Fevereiro, as consequências na cidade serão imediatas, garantem os directores.
Sofia Martins acredita que a implantação do novo escritório da Génération e as 250 pessoas que começarão a frequentar a rua de Tomar terão um impacto económico importante.
Porquê escolher Leiria
Quando em 2021 foi decidido expandir e partir em busca de uma nova cidade, a Génération contactou a embaixada de França e o Aicep.
Leiria foi uma das regiões potenciais em análise por ter, nas palavras de Richad Jiva Lila “un bassin d’emploi francophone”, ou “área de emprego francófona” muito “interessante em qualidade e domínio do idioma”.
Para um teste inicial com algumas pessoas locais, em 2022, a empresa, teve o apoio da autarquia, do IEFP e da Startup Leiria.
Os resultados foram positivos e foi tomada a decisão de rumar à cidade do Lis.
O director reconhece que, com a vinda para Leiria, a empresa pretende implantar-se regionalmente, diversificar o “potencial de recrutamento” e manter o fito de ser “um centro de excelência em Portugal”.
“Tivemos, em todo o processo, uma grande ajuda do presidente da câmara, Gonçalo Lopes, da vereadora Catarina Louro bem como da sua equipa. Sem o seu apoio, a Génération não se teria instalado aqui.”
A falta de espaços com tamanho suficiente para a estrutura foi um entrave.
“Passámos meses a pesquisar, encontrámos armazéns e concessionários de automóvel, mas não os cerca de 1.000m2 necessários para os nossos colaboradores. Felizmente, conseguimos arrendar um espaço com cerca de 1.100m2, no centro da cidade.”