A Associação Portuguesa dos Industriais do Calçado, Componentes, Artigos de Pele e Seus Sucedâneos avançou em comunicado que as exportações portuguesas de calçado e de artigos de pele aumentaram 22,2% em 2022 face ao ano anterior, para um novo máximo histórico de 2.347 milhões de euros. Quanto a 2023, o cluster encara o ano “com prudência”, devido ao abrandamento económico. Na região de Leiria, também há quem recorde 2022 como um ano positivo.
A Dikamar (Pombal) adianta ao nosso jornal que, no ano passado, registou um crescimento de 26% face a 2021, atingindo um volume de negócios de 9,7 milhões de euros.
Foi o resultado da subida de preços dos produtos e do aumento das exportações, justifica a empresa que tem na Europa e na América do Norte os seus principais mercados. A qualidade e o serviço prestado ao cliente são outras razões, considera a unidade, onde trabalham quase 100 pessoas.
Este ano deverá ser “equiparado” a 2022, mas com crescimento [LER_MAIS]menos acentuado, prevê a Dikamar, que também espera investir em 2023 na ampliação das instalações.
Vítor Frazão é gerente da Passodado, empresa sediada na Zona Industrial da Jardoeira, na Batalha, que desde 2009 se dedica à compra e venda de calçado. Também adquire produtos no mercado nacional, mas recorre sobretudo à importação, onde os preços são mais competitivos, nota o gerente.
Em 2022, os seis colaboradores que constituem esta empresa conquistaram um volume de negócios de cerca de 6,6 milhões de euros, um crescimento de 41% face ao ano anterior. Subida relacionada com o aumento dos preços dos artigos e também com a chegada a novos mercados (Chipre, Cuba e Itália), que a Passodado somou aos já habituais (Portugal e Espanha).
Para 2023, mantêm-se as boas expectativas, mas o empresário pretende avançar “com calma” e cimentar a presença nos países onde chegou.
Já Pedro Olaio, responsável pela Labuta, marca de Leiria que canaliza para o mercado internacional 75% da sua produção, tem opinião diferente. “Em 2022 não tivemos um ano assim tão bom. Foi sensivelmente igual a 2021. A partir de meados de 2023 é que acredito que vai haver algum aumento de vendas”, observa o empresário.
“Houve quebra do poder de compra, com o aumento de taxas de juro, e uma instabilidade que não terminou com a pandemia, continuando com a guerra”, recorda. Portanto, acredita que só este ano o conflito poderá chegar à resolução, devolvendo alguma estabilidade que poderá trazer uma pequena retoma.