A comitiva liderada pelo ministro do Ambiente no Pinhal de Leiria, ontem, dia 30, aproveitou a visita para contrariar as críticas que apontam atrasos na recuperação da mata nacional, mostrar trabalho feito desde o incêndio de 2017 e apresentar novos investimentos.
Até à data foram plantados 1.200 hectares, mas está previsto aumentar a área rearborizada para 4.700 hectares até 2024.
No mesmo período, o Governo confia que será possível aproveitar a regeneração natural pelas sementes que as árvores deixam no solo em 1.777 hectares e prossegue a monitorização noutros 2.000 hectares em que o objectivo também é o aproveitamento da regeneração natural. O derradeiro balanço vai acontecer na próxima Primavera.
Em 2017, arderam 9500 hectares, o equivalente a 86% da Mata Nacional de Leiria.
Segundo Matos Fernandes, nesta legislatura será lançada toda a intervenção para o Pinhal de Leiria: “O investimento que está previsto, boa parte dele está até já contratado e, portanto, eu direi que em dois-três anos, ainda neste ciclo político, ele vai ser concretizado”.
Até 2024, o investimento planeado ascende a 9,2 milhões de euros, dos quais 2 milhões já foram investidos na mata nacional localizada no concelho da Marinha Grande.
O ministro do Ambiente acredita que o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) está a agir no tempo certo, insiste na importância da regeneração natural e lembra que o calendário da Natureza se prolonga por décadas.
“Ainda que dentro de três-quatro anos, talvez até menos, toda a intervenção esteja feita, facto é que nunca antes de 20 anos, se calhar até 30, é que vamos ter os pinheiros com a desenvoltura, com a copa, com a altura de tronco, a que todos os que aqui vivem e visitam este espaço se habituaram”, argumenta.
A venda de madeira ardida proveniente do incêndio de 2017 rendeu 16 milhões de euros, resultado da alienação de 1.859.327 árvores em 191 lotes, com um volume total de 681.416 metros cúbicos. Mas Matos Fernandes reconhece que nas próximas décadas será necessário investir uma verba muito superior no Pinhal de Leiria.
Para já, até 2024, têm vindo a decorrer acções de gestão de combustível, recuperação de áreas atingidas pela tempestade Leslie e controlo de invasoras (acácias, por exemplo), outras acções a executar passam pelo combate a pragas e doenças e reabilitação da rede viária. A maior parte do dinheiro, no entanto, destina-se a rearborização e aproveitamento da regeneração natural.
Em algumas zonas, continuam a existir árvores queimadas de pé, com o propósito, segundo o ICNF, de salvaguardar as dunas, em faixas da mata nacional que têm a função de protecção, ou seja, não estão dedicadas à produção florestal.