A construção do Centro Interpretativo da Arte Xávega, na Praia da Vieira, deu mais um passo em frente com a aprovação pelo Conselho de Ministros, no dia 7 de Julho, do decreto de exclusão do regime florestal de terrenos onde o equipamento será implantado.
Assim a Câmara Municipal da Marinha Grande tem agora terrenos e espaços onde poderá avançar com a instalação do centro.
Segundo o presidente da autarquia, citado numa nota de imprensa enviada às Redacção, “esta medida decorre das várias negociações do município com a Administração Central e que, finalmente, vai permitir a intervenção de requalificação dos pavilhões de apoio à arte xávega da Praia da Vieira, reabilitando e reforçando as construções existentes para poderem acolher as artes da pesca das companhas da praia e possibilitar aos visitantes experienciar a cultura e tradição da arte xávega e as suas ligações à cultura avieira”.
Aurélio Ferreira destaca igualmente que “este é um investimento importante para o concelho, do ponto de vista turístico, na medida em que potencia a arte xávega, que é uma marca identitária desta praia e que muito nos enobrece e orgulha”.
A criação do Centro Interpretativo da Arte Xávega prevê um investimento superior a 420 mil euros, cofinanciado pelo Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas, do Programa MAR 2020.
Ainda segundo o documento divulgado pela autarquia, “estão previstas grandes intervenções de reposição das condições de segurança e estabilidade dos elementos da cobertura. Na intervenção nos pavilhões, o projecto propõe a reposição da imagem construtiva da madeira como revestimento exterior destas construções. Esta solução permite uma maior identificação das construções face aos modelos arquitetónicos tradicionais das barracas de outrora e, simultaneamente, melhora a sua resistência ao vento e à maresia que sopra nesta zona dunar elevada.”
O Centro Interpretativo contará com um espaço de acolhimento dos visitantes e exposição de audiovisuais sobre a arte xávega, que ocupará os pavilhões 1 e 2, e os espaços “vivos” de apoio à arte xávega, nos pavilhões 3 a 8, com a sua utilização pelas companhas, dos seus apetrechos das artes da pesca tradicional da arte xávega.
Ali, será possível presenciar as tarefas e meios envolvidos na arte xávega, e partilhar no local as actividades que os pescadores desenvolvem em terra, complementarmente à faixa no mar e na praia.