É uma espécie de centro interpretativo ao ar livre com as tradições dos arredores de Pombal e tem inauguração marcada para o dia 27, pelas 16 horas.
A ideia para a criação do Etno – Parque do Cotofre surgiu no mandato do anterior executivo, quando se equacionaram obras de reabilitação no antigo parque de merendas que ali existia.
Perante a oportunidade de aproveitar o fundo de financiamento para a renovação das aldeias, foi traçado um plano que previa a salvaguarda e divulgação de aspectos da cultura local.
“Pensámos em fazer a recriação do ciclo da broa de milho, do prado ao prato”, conta a presidente da Junta de Pombal, Carla Longo.
A ligação entre o cereal e o moinho constitui a espinha dorsal do parque.
No centro da área intervencionada está uma grande eira que, noutros tempos, seria usada para secar o grão, fazer a desfolhada e que, nas colheitas era local de encontro e palco para várias manifestações de cultura popular e tradições.
Hoje, volta a assumir o seu papel enquanto fulcro da atracção, servindo como recinto para o público que ali se deslocará para assistir a concertos e outros espectáculos no palco colocado numa das extremidades da área.
“O espaço foi iluminado devidamente e ampliado, mas fizemos a reutilização de materiais e equipamentos que já existiam”, adianta a autarca.
O grande forno para cozer o pão constitui mais uma etapa da viagem entre o prado cerealífero, na outra extremidade do parque, antes de chegar às muitas mesas na sombra de inúmeras árvores autóctones que existem no local.
O total do custo da empreitada e dos melhoramentos foi de quase 275 mil euros, com financiamento do IFAP de 127 mil euros.
A intenção da junta de freguesia é que o parque não seja utilizado apenas aos fins-de-semana como um parque de merendas, mas que haja outras utilizações.
[LER_MAIS]Por exemplo, durante a semana, grupos de crianças e de jovens do curso de Turismo da Escola Técnica e Artística de Pombal a conviver numa mostra de cultura local.
A pensar na segurança, foi instalado um sistema de videovigilância e, no caso dos mais novos, foram criadas várias barreiras que limitam o acesso à estrada.
O número
275
A partir do projecto “Mãos com Memória”, que está a decorrer na freguesia, será erguido um arraial, na eira, sombreado e enfeitado com peças de crochet tecido pelos seniores, instituições e pessoas que frequentam o grupo de idosos “Aldeias 65+”.
“A intenção da iniciativa é desenvolver a psicomotricidade, a concentração, memória e a motricidade fina e, acima de tudo, para que, quando eles vierem cá, terem sentimento de pertença e que parte da beleza deste parque também tem algo das suas mãos”, refere ainda a autarca.
“Temos um mini-auditório, junto a um espelho de água, que serviu para criar uma zona pedagógica, onde poderá haver palestras ou projecções de filmes”, aponta Carla Longo.
Ao lado, o artista plástico local João Ribeiro, criará um mural onde se retratará o processamento do cereal.
Em conjunto com os ranchos folclóricos locais e as crianças da escola do 1.º Ciclo do Travasso, a freguesia criou um vídeo intergeracional de divulgação de tradições, para mostrar que “o pão não nasce no prato”.