De passear, mas não apanhar um escaldão. Nos dias que correm, seria de esperar que estes escaldões que há uns anos se viam já não acontecessem. Mas não. Continuamos a ver “lagostas” na praia. E pior, a vê-las nas urgências dos nossos hospitais. Umas mais coradas, outras menos. Ambas com muita dor. Algumas com muita desidratação. Outras em choque e risco de vida (raras, felizmente).
Importa relembrar as medidas gerais que teimam em passar despercebidas entre muitos. Como também é de uma forma despercebida que perdemos imensa água do nosso corpo durante o verão. E por isso é de extrema importância que reforcemos neste período não só o protetor solar, mas também a hidratação. Beber água. Nem mais, nem menos. Simples e eficaz.
Não é só quando transpiramos ativamente que perdemos água. A temperatura mais elevada e o ar mais seco, “roubam” mais água ao corpo na época balnear. Não só aos banhistas. Também às pessoas idosas, na sombra e resguardo dos seus domicílios. E também os vemos, tantos, a chegar às urgências dos nossos hospitais. Desidratados. Às vezes em choque e risco de vida (e neste caso já não tão raramente, infelizmente). É grave. Muito grave. E escusado, como dizem também os mais antigos.
Não se bebe água com sede. Bebe-se água sem ela. A sede é um sinal de que o corpo já está em depleção de água, na eminência de impactar a sua homeostasia. Por isso se bebe água sem sede. Tem que ser um hábito, não uma necessidade. No idoso é ainda mais importante este hábito, porque o reflexo da sede está diminuído.
Num corpo em que cerca de 2/3 é água, é, no mínimo, essa a proporção de água que devemos ingerir do todo com que nos alimentamos diariamente. E um pouco mais. Para compensar as perdas silenciosas. Como as da respiração. Basta pormos a mão à frente da boca ou nariz para sentirmos um ar húmido, cheio de água, a abandonar-nos.
E importa fixar que a perda de apenas 1% do total da nossa água dá-nos, além da sede, cansaço, fraqueza, e por vezes o pulso acelerado; perdas de 6 a 10%, dor de cabeça, visão turva e discurso confuso; e menos 11% do total da água corporal constitui risco de morte.
De facto, enquanto o corpo humano tolera cerca de 50 dias sem comer, ao fim de 4 dias sem água está em risco de morte. É esta a importância vital destes 2/3 que cada um de nós é. Há agora uma campanha para o não desperdício da água. Consideremo-la também para o nosso corpo. Não a desperdicemos. Mantenhamo-la nos níveis adequados. Vamos todos brindar à nossa saúde. Com água.
Texto escrito segundo as regras do Novo Acordo Ortográfico de 1990