De Janeiro a Julho deste ano, as empresas sediadas no distrito de Leiria exportaram para a Rússia bens no valor de 3.834.377 euros, montante que representa uma quebra de 52% face aos 7.980.140 euros de igual período do ano passado.
Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) dão conta do impacto que a guerra entre este país e a Ucrânia está a ter na economia do distrito e na economia portuguesa, que viu as exportações para a Rússia caírem 44,3%.
Os cinco principais produtos exportados pelo distrito para a Rússia foram os dos grupos ‘obras de pedra, gesso, cimento, amianto, mica ou de matérias semelhantes’, ‘reactores nucleares, caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos, e suas partes’, ‘plástico e suas obras’, ‘borracha e suas obras’ e ‘produtos cerâmicos’, mas em todos houve quebras nas exportações, a variar entre os 10 e os 64%.
Olhando para os dados disponíveis por município, constata-se que Alcobaça foi o que mais vendeu à Rússia nos primeiros sete meses deste ano, com um total de 1.036.845, menos 12,6% do que no mesmo período de 2021, quando exportou um total de 1.186.462 euros.
Porto de Mós foi o segundo concelho com o maior volume de exportações, com 1.356.997 euros, valor que traduz uma quebra de 18,2% face aos 1.659.440 euros vendidos nos primeiros sete meses de 2021.
Mas o concelho que mais sofreu foi o Bombarral, que no ano passado vendeu para a Rússia um total de 2.936.741 euros de produtos do grupo ‘leite e laticínios; ovos de aves; mel natural; produtos comestíveis de origem animal’ e que este ano só conseguiu exportar 146.390 euros, montante que traduz uma quebra de 95%.
O concelho da Marinha Grande sofreu uma queda de 51,6% nas exportações para a Rússia (433.406 euros este ano e 896.087 no ano passado) e Leiria registou uma descida de 39,7%, com as exportações a somarem nos primeiros sete meses deste ano 635.659 euros, contra os 1.054.064 euros de igual período de 2021.
Olhando agora para as importações feitas pelo distrito de Leiria na Rússia, ficaram-se pelos 209.360 euros nos primeiros sete meses deste ano, menos 80% face aos 1.048.933 euros do período homólogo, revelam os dados obtidos junto do INE.
Mas apesar da quebra global, registaram-se subidas significiativas na importação de alguns produtos: as do grupo ‘máquinas, aparelhos e materiais eléctricos e suas partes; aparelhos de gravação ou de reprodução de som, aparelhos de gravação ou de reprodução de imagens e de som em televisão e suas partes e acessórios’, por exemplo, cresceram 5601%, tendo passado de apenas 653 euros no ano passado para 37.230 euros este ano.
As compras de ‘veículos automóveis, tractores, ciclos e outros veículos terrestres, suas partes e acessórios’ cresceu 1117%, com as importações a somar 38.904 euros, contra os 3.196 euros do ano passado.
Mas os produtos mais importados da Rússia pelo distrito foram os do grupo ‘madeira, carvão vegetal e obras de madeira’, com um total de 118.729 euros, ainda assim uma quebra de quase 83% em relação ao ano passado.
A nível nacional, as exportações para a Rússia ficaram-se pelos 56.587.786 euros nos primeiros sete meses de 2022, uma descida de 44,3% face aos 101.552.621 euros de igual período do ano passado.
A guerra é a principal razão para este corte nas trocas comerciais entre Portugal e a Rússia, que se verifica também nas importações. Neste caso, embora a quantidade de bens importados tenha diminuído, o preço pago subiu.
Até Julho, Portugal comprou à Rússia mercadorias com um peso total de 760,6 milhões de quilos, pelas quais pagou 521,8 milhões de euros.
Há um ano, por 1,1 mil milhões de quilos num cabaz idêntico de produtos, Portugal pagou 498,1 milhões de euros.
A explicar esta diferença está sobretudo a subida acentuada dos preços dos combustíveis, que representam mais de metade do volume das importações portuguesas da Rússia desde Janeiro, com destaque para o petróleo e derivados.
Ucrânia: Importações subiram 1098%
Nos primeiros sete meses deste ano, as importações feitas pelo distrito na Ucrânia ascenderam a 617.592 euros, uma subida de 1098% face aos 51.538 euros do período homólogo. Os bens mais importados foram os ‘produtos hortícolas, plantas, raízes e tubérculos comestíveis’, com um total de 326 mil euros (comprados na totalidade pelo concelho de Alcobaça), a que se seguiram os ‘plásticos e suas obras’, com 238 mil euros. Quanto às exportações, cifraram-se em 1.159.368 euros, montante que traduz uma descida de 31,2% face aos 1.686.083 euros do período homólogo. Os bens mais exportados para a Ucrânia pelo distrito foram os do grupo ‘máquinas, aparelhos e materiais eléctricos e suas partes; aparelhos de gravação ou de reprodução de som, aparelhos de gravação ou de reprodução de imagens e de som em televisão e suas partes e acessórios’, com um total de 868 mil euros, menos 7% do que nos primeiros sete meses de 2021.