Têm sido “às dezenas” as reclamações motivadas pelas últimas facturas da água emitidas pela Be Water em Ourém. Em causa estão acertos feitos por estimativa, que fazem disparar os valores a cobrar.
A empresa reconhece a existência de discrepâncias entre os consumos reais e estimados e assegura que está a proceder a correcções, com base em novas leituras feitas quer pelos consumidores quer pelas suas equipas.
No caso de João Filipe Oliveira, o primeiro alerta surgiu com a factura de 136 euros referente à conta da irmã, que está emigrada e que tem “o contador com a torneira fechada”. Depois, veio a sua factura e a confirmação de que algo não batia certo.
“De Janeiro a Junho gastei, em média, menos de sete metros cúbicos (m3) por mês. De Julho a fim de Setembro, a média foi de cerca de sete m3. Depois, em dois dias facturam-me oito metros”, conta ao JORNAL DE LEIRIA, dando conta que, desde que expôs a situação nas redes sociais, recebeu “dezenas” de mensagens, de “vários pontos do concelho”, relatando “anomalias” nas facturas.
Ao JORNAL DE LEIRIA, Aléxis Simões dá conta do caso da mãe. “Na última factura, foi estimado que teria gasto 10m3 de água, quando o contador regista que ela gastou apenas 19 m3 em sete anos”, [LER_MAIS]refere, adiantando que a mãe “teve de ir a Ourém”, às instalações da empresa, para fazerem a rectificação, aguardando o envio de nova factura com o valor corrigido.
Entre os relatos partilhados nas redes sociais, há casos de clientes que passaram de “um consumo inferior a um metro cúbico para, por estimativa, mais de 30 m3”, de uma factura de “107, 27 euros quando as anteriores eram de 20 ou 30 euros” ou de “um contador fechado com uma factura de 95,99 euros”.
Em resposta ao JORNAL DE LEIRIA, a Be Water, empresa concessionária da água no concelho, esclarece que houve necessidade de emitir “uma factura de fim de ciclo, com data de 30 de Setembro”, porque desde 1 de Outubro “as rubricas referentes às taxas e tarifas de saneamento e de resíduos urbanos são actividades desenvolvidas e da responsabilidade da Tejo Ambiente”.
Assumindo que há “bastantes” reclamações, Eduarda Ferreira, directora de contrato da Be Water, explica que essa factura de acerto foi calculada com base numa estimativa de consumos que apanhou um período de maior consumo, o Verão, e, em alguns casos, abrangeu um prazo curto, o que resultou em estimativas “muito elevadas”.
Lamentando os incómodos causados, a Be Water assegura que, “sempre” que a estimativa aplicada resulte em valores diferentes dos reais, “fez e continuará a fazer a respectiva regularização de imediato”.