falta de efectivos no Comando Distrital da PSP de Leiria tem vindo a agudizar- se, o que está a aumentar os tempos de resposta às ocorrências, que têm de ser priorizadas, verificando-se uma falta de policiamento de carros patrulha e apeada.
A situação tem sido colmatada com o recurso a outras valências da PSP e com o serviço de videovigilância, um apoio que já ajudou à resolução de alguns crimes. “Temos um efectivo abaixo dos mínimos, o que causa constrangimentos nos tempos de resposta e até na própria segurança dos agentes. Se houver uma situação com muitos envolvidos, só com uma equipa de rua não temos condições de segurança para intervir. É a nossa própria segurança e a dos cidadãos que está em risco”, denuncia Rui Gaspar, representante do Centro da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP).
Em Leiria, por vezes, há apenas disponível um carro patrulha. “Numa cidade de estudantes, não temos equipas suficientes para fazer patrulhas de intervenção, porque estamos desfalcados”, o que piora ao fim-de-semana. As queixas de alguns cidadãos sobre a demora no tempo de resposta às ocorrências é confirmada por Rui Gaspar, que afirma que, sem meios, os agentes respondem de imediato aos casos mais graves. “Priorizamos sempre as situações.”
Se a falta de veículos ou a sua modernização foi um problema resolvido, o dirigente sindical desabafa: “Agora temos viaturas e não temos pessoal para as conduzir.” O agente salienta que se a situação já é “grave”, “quando chegar o período de férias, será muito pior”, ao constatar que o efectivo tem vindo a diminuir ao longo dos anos, sem que as saídas sejam colmatadas. “Se era grave, agudizou-se. Neste momento, a polícia não consegue recrutar elementos, porque não é atractivo”, aponta como um dos problemas. Quando se acaba de formar, um polícia ganha cerca de 800 euros base.
“Quando se ingressa na polícia é-se colocado em Lisboa, a pagar rendas milionárias. Terá de fazer gratificados”, adianta Rui Gaspar, considerando que mesmo assim, será viver à míngua.
O dirigente da ASPP defende uma actualização dos salários para, pelo menos, os 1.000 euros base, como forma de tentar captar mais agentes. “Neste momento, não conseguimos preencher as vagas para o curso de agentes, quando antes até ficava gente de fora. Isso depois reflecte-se na qualidade dos elementos policiais, porque não é possível fazer um recrutamento mais selectivo”, lamenta.