Estávamos em finais de Junho e em todo o País havia ciclistas a ultimar a preparação para os Campeonatos Nacionais. Guilherme Mota, mesmo a chegar ao pico de forma, optara pela região de Braga.
Era dia de treino e quando descia o Bom Jesus a todo o gás teve uma queda violenta que lhe coarctou todo o resto da temporada. A fractura de rádio e cúbito precisou de duas placas, de 16 parafusos e vários meses para ser debelada.
No entanto, o talento do campeão nacional de contra-relógio, tanto em sub-23 quanto em juniores, é há muito reconhecido no pelotão e não foi por causa da lesão grave que foi esquecido.
Na verdade, surgiram “várias propostas interessantes” ao ciclista da Caranguejeira que representava a Oliveirense, “de Portugal e do estrangeiro”, mas houve uma em especial que lhe arregalou os olhos.
Em Agosto, começou a haver “alguma manifestação de interesse do senhor Adriano Quintanilha”, responsável máximo pela equipa do Futebol Clube do Porto.
“Foi o melhor desafio que me foi proposto e não consegui dizer que não”, admite Guilherme Mota, que acabou por assinar até final de 2023.
“Gostei muito do projecto. É uma equipa bastante madura, com uma média de idades bastante alta, mas decidiram também olhar para o futuro.”
O palmarés do FC Porto é “absolutamente invejável” e nos última meia-dúzia de anos, desde que se associou à W52, tem dominado a Grandíssima, com cinco vitórias nas últimas seis edições.
O estudante de Engenharia Biomédica, que tem como um dos objectivos da temporada uma grande participação no Europeu de contra-relógio, na Anadia, não teve dúvidas.
“É um sonho ir à Volta a Portugal com estas pessoas que foram meus ídolos e agora são meus colegas de equipa”. A oportunidade é também uma prova de que “tudo é possível”. “Se acreditarmos em nós, se trabalharmos, mesmo que tenhamos um percalço as pessoas não vão deixar de olhar para o que fizemos. E esta é uma oportunidade demasiado grande para ser desperdiçada.”