Participam algumas das melhores vozes portuguesas, além de cantores líricos internacionais, e o programa ambiciona explorar a força, a expressão e a resiliência das mulheres no contexto da ópera, com a ajuda de personagens icónicas como Donna Anna, Donna Elvira e Zerlina (Don Giovanni), Serpina (La Serva Padrona), Elle (A Voz Humana), Carmen (Carmen) ou Violeta (La Traviatta).
É a perspectiva feminina, sublinha a organização, apresentada por meio de “performances impactantes e actividades inspiradoras, com um conjunto de artistas de topo”, com o objectivo de “inspirar um futuro mais igualitário através da arte”.
No Festival de Ópera de Óbidos, que começa amanhã, vão estar 130 artistas, a equipa criativa conta com 11 elementos, outros 25 integram a equipa que realiza o Festival, há três palcos e estão previstas sete récitas.
No dossiê de apresentação, lê-se que “o Festival de Ópera de Óbidos pretende posicionar Portugal no circuito global da ópera através de parcerias estratégicas nacionais e internacionais e da participação de artistas de renome”.
“Temos a ambição de transformar Óbidos num laboratório de ideias criativas nos campos da encenação, interpretação musical e ligação aos públicos, bem como um espaço para a descoberta e afirmação de talentos”, avança a organização.
Don Giovanni, Carmen e La Traviatta…
A apresentação de La Serva Padrona, com música de Giovanni Battista Pergolesi e libreto de Antonio Federico Gennaro, abre o Festival de Ópera de Óbidos, que se realiza de 8 a 17 de Setembro.
Don Giovanni (de Wolfgang Amadeus Mozart com libreto de Lorenzo da Ponte) e A Voz Humana (de Francis Poulenc com libreto de Jean Cocteau) são outras obras que constam da programação.
Inactivo nos últimos anos, o Festival de Ópera de Óbidos ressurge em 2023 graças a uma parceria entre o Município de Óbidos e a ABA – Banda de Alcobaça, associação também responsável pela organização dos festivais Cistermúsica e Gravíssimo.
Estão anunciados três espectáculos (totalizando sete apresentações) e o programa contempla a gala Mulheres: Da Paixão à Inocência – uma Dança com o Destino, que bebe em Rigoletto, de Giuseppe Verdi, La Traviatta, também de Giuseppe Verdi, e Carmen, de Georges Bizet, entre outras obras.
As obras “serão interpretadas por alguns dos mais reputados intérpretes nacionais, entre os quais se contam Carla Caramujo, Rita Marques, Luís Rodrigues e José Corvelo, entre outros. Nos intérpretes internacionais, teremos o prazer de escutar Marília Zangrandi, Jeroboám Tejera e Christian Lujan”, anuncia a organização.
A encenação fica a cargo de Jorge Balça e Carlos Antunes e os figurinos são da autoria de Nuno Esteves (Blue) e Nuno Braz de Oliveira.
Os cantores serão acompanhados pelo Coro do Festival de Ópera de Óbidos, dirigido por Filipa Palhares, e pelas Orquestras La Nave Va e Filarmónica Portuguesa, dirigidas por António Carrilho e Bruno Borralhinho, respectivamente.
Com direcção artística de André Cunha Leal, o Festival de Ópera de Óbidos vai decorrer na Quinta das Janelas, cuja construção remonta ao século XVI, em Gaeiras, Óbidos.