O importante, realça Luís Bernardino, “é manter vivo o espírito filarmónico”. Esta sexta-feira, e em palco, assinalam-se 125 anos da Filarmónica do Arrabal. No final de um 2024 preenchido, em que se destacam apresentações na Sé de Leiria e no Mosteiro da Batalha, mas, também, a participação nas comemorações dos 50 anos do 25 de Abril e a medalha de mérito municipal, classe cultura, grau ouro, recebida da câmara de Leiria, a agenda inclui mais um momento alto: o encontro com o cantor Fernando Fernandes (FF) no Teatro José Lúcio da Silva.
Segundo o presidente da direcção, a actividade da Filarmónica do Arrabal “tem-se mantido regular”, com “festas e romarias”, “concertos próprios” e “intercâmbios com outras filarmónicas”. Em simultâneo, a instituição disponibiliza uma escola de música, que, de acordo com Luís Bernardino, vem conseguindo reunir aproximadamente o mesmo número de alunos de ano para ano. Actualmente, são quase 30.
Da banda propriamente dita, fazem parte 35 músicos, de várias idades. “O mais novo tem 11, entrou em Outubro”, adianta o dirigente. A renovação do grupo, que vai acontecendo, baseia-se nos laços que vinculam os membros da comunidade. “Essencialmente, familiares de músicos e pessoas da freguesia ou com ligação ao Arrabal”. Outro desafio, é encontrar voluntários para o trabalho de bastidores, que é sempre muito. “A energia de se manter estas casas em pé de uma forma graciosa é cada vez mais difícil. Há menos disponibilidade”.
Para inscrever o aniversário de 2024 na história, abriram-se os cordões à bolsa. “Fizemos questão de marcar os 125 anos com um fardamento novo, que estreámos em Outubro”. O próximo investimento já está definido, avança Luís Bernardino. “Agora, a seguir, é em obras. Cedemos um terreno à junta de freguesia e em contrapartida recebemos um edifício contíguo à Filarmónica do Arrabal. Era, no fundo, crescer e ter outras condições. Mais espaço”.
Amanhã, 27 de Dezembro, o concerto com início às 21:30 horas é, na perspectiva do presidente da direcção, a oportunidade para colaborar com “um artista de renome nacional” e fazer um espectáculo “diferente do que habitualmente se faz”. O repertório anunciado contempla temas originais de FF, adaptados para banda, e arranjos exclusivos de clássicos portugueses, que abarcam diferentes estilos musicais. Um alinhamento “que harmoniza tradição e modernidade”, lê-se na sinopse. “Esta fusão celebra, de forma singular, o património das filarmónicas e o apelo contemporâneo da música popular”.
Entretanto, a Sociedade Artística Musical 20 de Julho de Santa Margarida do Arrabal volta a estar representada no Teatro José Lúcio da Silva já em Janeiro, integrada no concerto de ano novo com a banda sinfónica da Associação de Filarmónicas do Concelho de Leiria, sob a direcção artística de Pedro Ralo e Paulo Salgado e o maestro convidado Douglas Bostock.