Dois anos depois, Filipe Cândido regressa à União Desportiva de Leiria (UDL) e ocupa, pela terceira vez, o cargo de treinador da equipa principal. O técnico foi apresentado na última segunda-feira e, em conferência de imprensa, o presidente da SAD da UDL lembrou a passagem de Filipe Cândido, no início de 2021/2022, e a decisão de transferir o treinador para outro clube, a B SAD, que disputava a I Liga: “Tive a sensação que ele saiu de um projecto inacabado”.
“Esperemos todos que aquilo que não foi feito no passado recente seja concretizado agora”, desejou o dirigente da SAD, ao justificar as razões que levaram ao regresso deste técnico.
Além de conhecer a realidade do clube, Armando Marques realçou o “profissionalismo” de Filipe Cândido, aspectos que contribuíram para a sua contratação até 30 de Junho de 2025.
“Tomámos a decisão de que ele era a pessoa que estava melhor colocada para preparar a próxima época, para terminar esta e criar bases sólidas para, na próxima época, enfrentarmos os desafios”, afirmou o presidente.
Além de perspectivar o futuro, Armando Marques recordou as passagens de Filipe Cândido pela equipa unionista. Na sua estreia enquanto técnico da UDL, nas épocas de 2018/2019 e 2019/2020, o timoneiro viveu um “momento extremamente difícil para a União de Leiria” e, cerca de um ano depois, na segunda vez como treinador, o clube tomou “a decisão” de transferir Filipe Cândido, acção que “possibilitou a entrada de verba” para o clube.
Com esta contratação, o líder da SAD reforçou o objectivo que, desde 2020, tem tendência a repetir: “A União de Leiria quer chegar ao mais alto patamar do futebol português”.
Filipe Cândido era treinador da equipa brasileira Boavista-RJ e, para ingressar na UDL, prescindiu de jogar na final da Taça Rio.
Durante a apresentação, o treinador confessou que a decisão de abandonar o Brasil em direcção a Leiria foi “difícil”. “Só a União de Leiria me poderia fazer trocar a Taça Rio por oito jogos na Liga 2”, admitiu.
Neste momento, a turma do Lis ocupa a 12.ª posição na tabela classificativa da Liga 2, com 31 pontos e, a dois meses de terminar a época, Filipe Cândido afirmou que pretende “fazer o maior número de pontos possível” nos restantes jogos, ao reconhecer a “qualidade” do plantel que agora comanda. “Tem valor mais do que suficiente para, em cada jogo, poder discutir os três pontos”, considerou.
A nova equipa técnica, composta também pelos adjuntos Hélder Fonseca e Pedro Silva, já orientou o primeiro treino e prepara o próximo jogo, marcado para as 11 horas de sábado, no Estádio Dr. Magalhães Pessoa, contra o Nacional.
Houve espaço também, durante a apresentação dos novos membros da equipa, para prestar agradecimentos a Vasco Botelho da Costa, antigo treinador cuja rescisão com a UDL foi conhecida a 20 de Março.
“Ele conseguiu algo que este clube tentou alguns anos e ficará para sempre gravado na história da União de Leiria”, salientou Armando Marques, ao mencionar a vitória, na época passada, da III Liga e o consequente regresso aos campeonatos profissionais.
Sobre esta rescisão, o presidente da SAD explicou que o clube foi “sensível” ao pedido do antigo treinador para abandonar o comando dos unionistas, ao encetar uma “conversa séria” que acordou a rescisão amigável do contrato. “O momento da saída, na maior parte dos casos, é mais importante que o momento da entrada”, reforçou.
Também Filipe Cândido deixou uma palavra de apreço ao técnico que agora substitui, ao lembrar que Vasco Botelho da Costa “conseguiu algo que muitos outros tentaram anteriormente”.