“Os recenseadores vão andar de porta a porta a entregar formulários, tendo obrigatoriamente que entrar em contacto com as pessoas que vivem em cada habitação”, realça a delegação distrital de Leiria da Associação Nacional de Freguesias (Anafre). E é por isso que sugere reforçar a divulgação e adiar o arranque dos Censos 2021.
“Seria muito mais avisado, em vez de realizar este processo já em Abril, podermos realizá-lo uns meses mais à frente, quando, previsivelmente, já estaremos melhor do ponto de vista da evolução epidemiológica”, argumenta esta terça-feira.
Segundo a Anafre Leiria, a operação estatística envolve mais de 15 mil pessoas e cada recenseador, previsivelmente, ao longo de oito semanas, terá de acompanhar no terreno 600 alojamentos, com o objectivo de caracterizar os respectivos agregados familiares.
A associação considera que “ainda vivemos tempos muito difíceis”, com “uma situação epidemiológica muito delicada”, e lembra que “é muito importante garantir a segurança quer dos recenseadores quer da população”.
Apesar do apelo à resposta pela internet, e do esforço para tornar o processo censitário mais digital, “vai continuar a ser essencial o contacto de proximidade com todos os riscos associados ao período que atravessamos nesta fase de pandemia”, alerta a Anafre Leiria, para quem, no Censos 2021, “os autarcas de freguesia vão assumir um papel determinante”.
“Realçamos a importância destes Censos para a actualização da informação oficial nacional e para tirarmos uma “fotografia” real ao País”, refere a associação. “O objectivo deve ser que este processo tenha a maior eficácia possível e seja o mais fiel à realidade. Este é um processo muito relevante para o nosso País e para os nossos territórios, daí que seja muito importante que estejam garantidas as condições mínimas de segurança e de garantia da maior eficácia possível”.
Para a delegação distrital de Leiria da Anafre, “este hiato de tempo seria importante para [preparar] melhor este processo e para [intensificar] a divulgação junto da população, para que todos estejam devidamente informados e sejam envolvidos neste desígnio colectivo”.
“Neste sentido, a sugestão que deixamos às entidades competentes é que envidem esforços no sentido de minimizar ao máximo os riscos de quem vai dar a cara por este processo podendo reagendá-lo e melhorar a sua divulgação junto da população”, conclui.