O furacão Leslie que está a passar pela costa portuguesa já causou centenas de quedas de árvores e de estruturas, sobretudo, junto às zonas costeiras, informou fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro de Leiria.
Apesar das inúmeras ocorrências, "não há nada de grave", refere a mesma fonte.
Também as capitanias de Peniche e da Nazaré garantiam, pelas 22:30 horas, que não havia "ocorrências de relevância", apesar do vento forte verificado.
O furacão Leslie perdeu intensidade, mas ganhou velocidade e mudou de trajectória, informou hoje a Proteção Civil, reiterando o apelo para que as pessoas permaneçam em casa.
O furacão Leslie está a atingir o território continental como depressão pós-tropical, mas com ventos com "intensidades equivalentes a uma tempestade tropical", com rajadas acima dos 130 quilómetros/hora que podem chegar a máximos históricos de 180/190 quilómetros/hora, segundo o meteorologista do IPMA Nuno Moreira.
O comandante Luís Belo Costa, da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), num briefing realizado esta noite na sede da ANPC, em Carnaxide, explicou que o período mais critico está previsto para as “23:00/00:00 e as 04:00”.
Anteriormente, havia a previsão de que o furacão passasse na faixa entre Sines e Leiria, mas, devido à mudança de rota, é expectável que os efeitos do furacão se façam sentir mais a norte, ou seja, entre Setúbal e o Porto.
“O furação, segundo aquilo que foi a informação do IPMA [Instituto Português do Mar e da Atmosfera], no briefing realizado às 18:00 de hoje, perdeu intensidade, ganhou velocidade, isto é, vai chegar mais rapidamente a terra do que aquilo que estava previsto, e alterou a sua trajetória, mais a norte de Lisboa, numa faixa, mais ou menos, entre Setúbal e o Porto”, explicou aos jornalistas o comandante Belo Costa.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) colocou hoje 13 distritos sob aviso vermelho, o mais grave, por previsão de vento forte, e alguns também por agitação marítima, em consequência da passagem pelo território continental do furacão Leslie.
Setúbal, Lisboa, Leiria, Coimbra, Aveiro, Porto, Braga, Viana do Castelo, Vila Real, Castelo Branco, Viseu, Guarda e Santarém são os distritos abrangidos pelo aviso.
“Nestes distritos, a nossa preocupação aumenta significativamente, sobretudo no que diz respeito à queda de estruturas, à queda de árvores, à afectação das redes de transporte de energia eléctrica e de comunicações. Portanto, isso são preocupações acrescidas, mas também com a circulação rodoviária, [e] apelamos que o evitem fazê-lo, sobretudo neste período que é tido como o mais critico – que vai de entre as onze da noite, meia noite e as três, quatro da manhã -, nós pedíamos que evitassem de facto circular”, frisou o comandante Belo Costa.
Este responsável da Protecção Civil alertou ainda para os efeitos que podem acontecer junto às zonas costeiras nos distritos com aviso vermelho.
“Nos distritos mais costeiros entre Setúbal e o Porto prevemos que aconteçam situações mais complexas, nomeadamente com o vento mais forte, os galgamentos costeiros por força da agitação marítima e também com a precipitação”, elencou este comandante da ANPC.
Belo Costa apelou ainda aos condutores para que “não permaneçam nem circulem em zonas arborizadas”, pediu à população para que colabore na autoproteção e na segurança e que se mantenha atenta às informações veiculadas pela comunicação social e pelas forças de segurança.
Em caso de necessidade, as pessoas devem utilizar o 112.
Jornal de Leiria/Agência Lusa
*Informação às 22:30 horas.