Há um novo projecto para requalificar o edifício das Galerias Alcrima, em Leiria. O processo de licenciamento deu entrada na câmara no final de Dezembro e prevê a reabilitação do imóvel para serviços, com a instalação de escritórios e de espaços comuns de apoio. A aguardar aprovação da câmara, a intervenção está estimada em cerca de 600 mil euros.
De acordo com o projecto, consultado pelo JORNAL DE LEIRIA, o objectivo é “devolver a dignidade ao edifício”, idealizado no início da década de 1970 pelo arquitecto António Corte-Real.
A proposta pretende ainda “preservar a memória” do imóvel, que pertence à família do comendador Manuel Barbeiro da Costa, administrador do grupo Respol, bem como “valorizar” este exemplar da arquitectura moderna.
“A recuperação é essencial ao nível da imagem urbana da cidade e como instrumento que permite gerar dinâmicas mais modernas na cidade”, pode ler-se na memória descritiva, constante no processo. A requalificação proposta asseta na “preservação da autenticidade na maioria das fachadas primitivas”.
A maior alteração acontecerá no alçado nascente, que confronta com a rua Venceslau de Morais, onde será introduzido um novo “volume” para a instalação de elevador e de uma nova escada, com ligação entre a cobertura e a rua, de forma a aumentar os níveis de “segurança” e de “conforto”. A escada será em betão e metal, de cor vermelha, e “parcialmente descoberta”.
Segundo o projecto, está também prevista a introdução de um átrio, com um “grande envidraçado”, para aumentar a luz natural, bem com a criação de um novo corpo ao nível do último piso, com o objectivo de “retirar potencial da vista circundante” ao edifício, funcionando como miradouro.
No topo do edifício, onde haverá um terraço, está prevista a instalação de painéis fotovoltaicos para a produção de energia eléctrica e de um novo sistema de AVAC. Já ao nível do quarto piso, além da zona de escritórios, prevê-se um terraço com área verde/floreira.
Os escritórios ficarão distribuídos pelos vários pisos, sendo complementados com espaços comuns, onde se inclui um auditório, salas de reuniões e zonas de estar.
Segundo a memória descritiva, o programa de intervenção no imóvel pretende ser “versátil e moderno”, reabilitando o edificado e, ao mesmo tempo, dotando-o de uma função “mais actualizada” e de sistemas energeticamente “mais eficientes e sustentáveis”.
Há cerca de dez anos, os promotores chegaram a apresentar um projecto, para reabilitar o edifício para comércio e serviços, que acabou por não avançar