“As empresas terão de começar a pensar de uma forma diferente os mercados e a sua actividade daquela que tinham em 2019, antes da pandemia.”
Para a presidente executiva do Banco Português de Fomento (BPF), Beatriz Freitas, que participou ao lado do presidente do Compete 2020, Nuno Mangas, no seminário digital Transformação da Economia, organizado pelo Município de Leiria e transmitido esta tarde na sua página de Facebook, os empresários de Leiria e de Portugal devem apostar no digital, na vertente ambiental e investir fortemente nos seus recursos humanos, para fazer frente aos desafios que se vão colocar nos próximos anos.
“Com a economia a acelerar, previsivelmente, a partir de Setembro, é obrigatório esse forte investimento”, disse, reforçando que os fundos que serão colocados à disposição dos empresários no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), estão voltados para duas grandes orientações: sustentabilidade ambiental e transformação digital.
A responsável, após ter enumerado as várias linhas de apoio disponibilizadas pelo BPF, no último ano, e que vão do turismo à restauração, passando pela cultura, respondia assim a um pedido da moderadora, a vereadora do Desenvolvimento Económico e Empreendedorismo, da Câmara de Leiria, Catarina Louro, que solicitou “dicas” úteis para os empresários para os próximos tempos.
Nuno Mangas, após também ter apontado as várias medidas onde o Compete 2020 auxiliou as empresas nacionais, subscreveu os conselhos da presidente do BPF, porém, salientou que os próximos tempos serão de “oportunidade”, alertando os empresários para começaram já a pensar em projectos, sem esperar por avisos e candidaturas aos fundos públicos e comunitários.
“Olhem para a realidade de cada uma das empresas e pensem em qual será a estratégia. Só os empresários sabem para onde querem ir. Já sabem que os apoios do PRR serão para as áreas digital e sustentabilidade ambiental”, reforçou.
O presidente do Compete 2020 aproveitou a oportunidade e também deixou uma lista de medidas essenciais para garantir que as empresas nacionais e da região possam usufruir do PRR e competir, especialmente, no estrangeiro.
“Trabalhem em rede. Juntem a cooperação à competição, em vez de apenas competir entre vós. Recordem-se que, mesmo as médias empresas nacionais, à escala europeia, são pequenas e, por isso, devem unir-se e ganhar escala”, afirmou, sublinhando, tal como Beatriz Freitas, que é imperioso qualificar os recursos humanos e melhorar a organização e os métodos de trabalho no chão de fábrica.
“Depois disso, os instrumentos de política pública cá estarão, para apoiar as boas ideias e projectos”, resumiu.