Diana Silva, Margarida Amado, Maria Carvalho e Rita Vieira estão em São Petersburgo, na Rússia para disputarem o Campeonato do Mundo por Grupos de Idade 2018. Com poucos apoios para a representação lusa na terra da perestroika, Cátia Carril decidiu desenhar e confeccionar os fatos que as jovens do Trampolins Clube de Leiria vão vestir durante a competição.
Mas o que levou esta arquitecta de interiores e empresária a tomar esta decisão? Cátia Carril é mãe de um jovem atleta do clube, mas conhece bem as dificuldades da falta de patrocínios. Ex-campeã nacional e distrital de patinagem artística, Cátia Carril é uma das responsáveis pela Glam Skaters, uma empresa com sede em Leiria, que se dedica ao sector do desenho e confecção de fatos de patinagem artística e ginástica, totalmente personalizados.
“Fui atleta de alta competição e sei o que passei na idade delas. Julgo que na ginástica até é mais difícil encontrar apoios do que na patinagem. São os pais, na maioria das vezes, que têm que suportar todos os custos”, conta Cátia Carril.
A empresária acrescenta: “já no ano passado me tinha apercebido das dificuldades e como tenho uma marca que patrocina alguns atletas a nível internacional ofereci os fatos e este ano não poderia deixar de o fazer de novo. É de coração.”
Cátia Carril explica que no ano passado, as jovens levaram os maillotsalusivos às quinas, como a sua representação nacional. “Este ano quis que tivessem algo relacionado com a cidade que também representam e, além das cores alusivas a Portugal, têm o desenho de uma flor do Lis.”
Recordando os seus tempos de patinadora, a empresária sublinha que estas competições “deixam marcas para toda a vida”.
“É o meu pequeno contributo e um alento para aquilo por que estão a lutar. Mais importante do que as medalhas, são as experiências e os contactos que ficam para toda a vida.”
O talento e a paixão pelo desenho de fatos herdou-a da mãe, que confeccionou todos os seus trajes quando patinava. “A minha vida foi sempre ligada à patinagem e os meus pais sempre me acompanharam para todo o lado. Sei o quanto ser atleta de alta competição condiciona a vida de toda a família”, acrescenta a ex-atleta do Benfica e Ginásio de Odivelas.
Pódio é objectivo
Já na Rússia, Rui Branco, treinador das atletas do TCL, acredita que atingir as finais é um objectivo possível e, a partir daí, o pódio não é apenas um sonho. [LER_MAIS] Pode tornar-se realidade. “A Rita Vieira e a Diana Silva (11/12 anos), em par sincronizado de trampolins podem apurar-se para as finais. Dependendo do que possa acontecer, existe uma grande possibilidade de terem um pódio”, assume.
Também Margarida Amado, que fará par com Ana Oliveira, do Carcavelos, no grupo de 15/16 anos, têm boas perspectivas. “São duas atletas em crescimento de forma que podem chegar à final e aí… tudo é possível.”
O técnico lembra que Margarida Amado teve uma performance no Campeonato da Europa, em representação da selecção, que a levou ao oitavo lugar. A participação destas atletas na Rússia não se fica apenas por alcançar bons resultados em São Petersburgo.
“Estamos a tentar colocar a fasquia mais elevada e criar maiores dificuldades já a pensar nas provas de 2020”, afirma Rui Branco. O técnico salienta que os principais adversários das atletas são da Rússia, Estados Unidos, França, Japão e Espanha, que estão “muito fortes no duplo mini trampolim”. Rui Branco está nesta competição também como team manager da Federação. Ou seja, é o responsável pela equipa de treinadores de trampolins.
A Federação de Ginástica de Portugal está ainda representada por outros atletas da região. Em tumbling, Matilde Pereira e Paulo Fernandes, do Ateneu Desportivo de Leiria, e Henrique Nascimento, do Acrotramp Clube das Caldas, participam no escalão 15/16 anos.