De duas em duas semanas, sempre à quinta-feira, no edifício da Junta de Freguesia de Pombal, pais de toda a região em processo de divórcio ou separação procuram ajuda no grupo de Mútua Ajuda para Situações de Alienação Parental, Conflito Parental e Desigualdade Parental.
“Apoiamos pais e mães, que vivem um processo de separação. Na nossa base, temos a partilha das experiências e apoio entre pessoas que passaram pelas mesmas situações e que podem transmitir alguns ensinamentos”, conta Luís Couto, divorciado, pai de duas filhas e coordenador do grupo de Pombal.
Este colectivo informal, um dos três activos em território nacional, além de Lisboa e Porto, está integrado na Associação Portuguesa pela Igualdade Parental e Direitos dos Filhos.
“Há uma necessidade muito grande, sentida por muitas pessoas que passam por processos de separação. Desconhecem, por completo, os termos legais e jurídicos de como se processa a regulação do poder parental. Mesmo que saibamos de forma teórica, depois, na prática, não sabemos muito bem o que é uma ‘conferência de pais’, o que é uma ‘audiência técnica especializada’”, adianta o responsável, reconhecendo que, na separação, pode haver grande frustração e de impossibilidade de acesso aos filhos e de conflito entre os progenitores.
Trabalha-se, essencialmente, sobre duas grandes áreas. Por um lado, como criar vínculos a longo prazo quando há a impossibilidade de se estar com os filhos, e, por outro, como evitar o conflito entre os progenitores a fim de evitar complicações na saúde mental dos filhos e no bom convívio.
No grupo de partilha, é dada liberdade a quem chega para se exporem problemas e necessidades, e até para “verbalizar situações em particular”.
“Através da partilha, ensinamos a gerir melhor o processo de separação. Somos uma porta aberta e de entrada livre”, resume o coordenador, lembrando que todas as pessoas são bem-vindas.
“Temos pais de Leiria, da Marinha Grande, da Batalha e de Pombal”.
A próxima reunião será hoje, dia 8 de Junho, às 21 horas. Mais informações no site https://igualdadeparental.org/
A Associação Portuguesa pela Igualdade Parental e Direitos dos Filhos foi criada há 13 anos para dar apoio em processos de separação e assegurar o direito especial das crianças de conviver com ambos os progenitores.
“Fizemos a petição para a discussão de alterações da lei, uma vez que, por exemplo, a residência alternada nem sequer existia no Código Civil”, recorda Luís Couto.
A organização também esteve envolvida, em conjunto com o Instituto de Mediação Familiar, no projecto de lei para incluir pré-mediação familiar na separação.