Um grupo de trabalho vai reunir pela primeira vez em Setembro para definir regras sobre o tipo de espectáculos e eventos que se podem realizar no Centro de Diálogo Intercultural de Leiria (CDIL), na dessacralizada Igreja da Misericórdia.
O anúncio foi feito pelo presidente da Câmara de Leiria, Raul Castro, na última reunião de executivo, depois do vereador do PSD, Fernando Costa, ter questionado sobre as razões da mudança do local de dois concertos do Extramuralhas para o Museu de Leiria, agendados inicialmente para o CDIL.
“A mudança deveu-se numa tentativa de evitar mais polémica no seguimento daquilo que foi um episódio relativamente ao espectáculo do Metadança, que gerou choque e perplexidade das pessoas, inclusive dos vereadores do PSD. [LER_MAIS] Tendo em conta a importância que o evento tem, auscultando outros parceiros nesta área, optou-se pela mudança, por uma questão de prudência. Queríamos evitar que houvesse qualquer tipo de polémica em torno deste espectáculo”, explicou Gonçalo Lopes, vereador da Cultura.
Apesar da polémica ter sido levantada pelos vereadores do PSD, Fernando Costa adiantou que considera que “deve haver limites”, proibindo-se, por exemplo, “espectáculos eróticos, pornográficos ou sado-masoquistas”.
“Não percebo porque interditou o espectáculo lírico do festival gótico. Além disso, nunca considerei o Metadança um espectáculo pornográfico, erótico ou de striptease. Não levantaria obstáculos por mim, mas pela Diocese”, afirmou o vereador, mudando o discurso que teve na última reunião.
Para Fernando Costa, os “limites devem ser definidos e bem fundamentados”, considerando que “não se deve censurar”.