Parceria JORNAL DE LEIRIA e Hádoc – Festival de Cinema Documental
Texto de Nuno Granja, coordenador e programador do Hádoc
Chamar à Amazónia “o pulmão do planeta” pode até ser insuficiente para relevar a importância natural da enorme massa de floresta tropical que cobre 5,5 milhões de quilómetros quadrados da zona equatorial da América do Sul. A maior parte situa-se em território brasileiro mas a floresta atravessa as fronteiras do Equador, Colômbia, Perú, Bolíva, Venezuela e mais dois pares de pequenos países sul-americanos.
A riqueza da biodiversidade de um ecossistema como o amazónico compete com a fragilidade do próprio património natural. Compete ainda com a ganância humana que olha para a natureza como geradora infindável de recursos. É este “território” no estado brasileiro da Rondônia, em que a extração de minério e de madeira, bem como a exploração agrícola e pecuária se apresentam para tantos como a solução para melhorar as condições económicas, que os Uru-eu-wau-wau, povo indígena da amazónia, tenta proteger.
Bitaté Uru-eu-wau-wau e Neidinha Bandeira – um jovem líder indígena e a sua mentora – são os protagonistas deste documentário de Alex Pritz (que tem a mão de Darren Aronofsky na produção) filmado ao longo mais de 3 anos.
Com várias imagens captados pelos próprios Uru-eu-wau-wau e coproduzido pela comunidade, O Território, com a sua cinematografia imersiva, bela e inspiradora (tanto como inquietante e perturbadora) é um documento pungente e de elevada actualidade acerca da séria ameaça que a Amazónia enfrenta, com foco nas questões sociais e políticas que constituem o rastilho do enorme incêndio que envolve a floresta tropical.
O Território
de Alex Pritz
The Territory | 85 min. | Brasil, Dinamarca, EUA | 2022 | m/12
2 de Maio, Teatro Miguel Franco, Leiria, 21h30
Sundance Film Festival 2022 – Prémio Especial do Júri? | Prémio do Público – World Cinema (Documentário)
CPH:DOX 2022 – Prémio F:ACT Menção Honrosa
DocsBarcelona 2022 – Prémio Amnistia Internacional Catalunha