O presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Leiria (CHL), Helder Roque, mostrou indisponibilidade para continuar no cargo, cujo mandato termina em Dezembro deste ano, caso a tutela entendesse reconduzi-lo.
Em declarações ao JORNAL DE LEIRIA prefere não adiantar as razões da sua decisão. “Gostava de fazer mais do que estou a fazer. Não gosto de estar no cargo só por estar. Gosto de criar e de fazer fazer coisas”, limitou-se a responder.
Fonte do Gabinete de Comunicação, Relações Públicas e Imagem do CHL, acrescenta que “no âmbito das reuniões mensais que o Conselho de Administração realiza com as direcções e chefias dos serviços do CHL, de ponto de situação das diversas áreas de gestão, na reunião que decorreu a 9 de Novembro, em que se abordou igualmente a preparação do ano de 2017”, Helder Roque “considerou importante transmitir aos colaboradores do CHL a sua vontade de deixar de ser presidente do Conselho de Administração após o final do seu mandato”.
O JORNAL DE LEIRIA sabe que Helder Roque tem sido pressionado internamente para continuar no cargo, que assumiu em 2005, ainda como presidente do Hospital de Santo André, que viria a integrar posteriormente o Hospital de Pombal e o de Alcobaça, formando-se o CHL.
Vários médicos e enfermeiros ouvidos pelo nosso jornal lamentam a saída de Helder Roque, pois qualificam o trabalho desenvolvido como “muito bom” e “fantástico” e têm ainda esperança que o presidente reconsidere a sua posição. Embora sem certezas, todos admitem que a falta de recursos humanos, o aumento da área de influência do CHL, sem contrapartidas relevantes, e as condições económicas difíceis do País podem também ter pesado na decisão de Helder Roque, que sempre quis oferecer o melhor aos colaboradores e utentes.
Esta também poderá ser uma forma de pressionar a tutela para garantir mais e melhores condições numa eventual recondução do cargo. Bilhota Xavier, director do serviço de Pediatria, realça o trabalho “fabuloso” realizado pela administração de Helder Roque e lembra que depois do crescimento que o CHL teve, não pode partir do mesmo ponto que outros hospitais, quando são necessários recursos de várias ordens. Bilhota Xavier espera, contudo, que “a alternativa a Helder Roque seja… Helder Roque” e que este não “deixe órfãos todos aqueles que acreditam no seu trabalho”.
A humanização dos cuidados de saúde foi uma das prioridades por que sempre lutou, pretendendo que os utentes fossem bem tratados não só a nível técnico, mas também em termos de simpatia e preocupação, já que chegam ao hospital num momento de fragilidade.
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