"Hoje foi um dia especial. Formalizei a minha candidatura à Presidência da República." Foi assim que Henrique Neto, o primeiro candidato a anunciar a corrida a Belém, anunciou hoje na sua página do facebook que entregou um documento com 7952 assinaturas no Tribunal Constitucional.
No final, em declarações aos jornalistas, confessou-se “admirado com os outros candidatos”, com a excepção de Paulo Morais, uma vez que não sabe como é que conseguiram as assinaturas pois não os viu na rua.
“Até há um candidato que disse que tinha conseguido as assinaturas de forma inorgânica [Marcelo Rebelo de Sousa]. A forma inorgânica de conseguir 7500 assinaturas não sei como é. Mas suponho que os candidatos que dizem ser independentes dos partidos políticos – e gostaria de ver isto desmentido – que foram os partidos que fizeram a recolha das assinaturas”, acusou, afirmando que esta crítica se dirige a todos os nomes nesta situação.
Sobre a recomendação de voto em Marcelo Rebelo de Sousa aprovada pelo PSD e CDS, Henrique Neto considerou que o comentador político “faz de conta que não é apoiado pelo partido”, defendendo que o facto de ser este formato e não um apoio “dá-lhe mais mentira aos portugueses” porque “no fundo é fugir à verdade, à realidade, é hipocrisia”.
“Mas isso não se passa só com o professor Marcelo, ouvimos todos os dias candidatos a dizer que são independentes, só que qualquer de nós sabe que essa independência não é. Temos os candidatos dos partidos, que são cinco, e depois temos alguns candidatos que são realmente independentes.
O ex-deputado do PS e empresário disse ainda que “poderia e deveria haver mais candidaturas à direita” e que o problema não é à esquerda.
“A direita aparentemente não tem candidatos ou o candidato da direita que é um especialista dos factos e truques políticos poderá também ter desmotivado na secretária muitos outros candidatos”, atirou.
Na opinião de Henrique Neto “ainda muita água vai correr por baixo das pontes antes do dia da votação”, presumindo que o candidato Marcelo Rebelo de Sousa não vá fugir aos debates, e os debates não vão “ser aquelas prédicas da TVI, vai ter contraditório pela primeira vez”.
“Eu estou nesta campanha também pelo processo porque a política portuguesa, e a partidária nomeadamente, é uma política feita de enganos ao cidadão e sem ideias, sem projeto, sem estratégia para o país”, explicou, considerando que Portugal só não é um “país melhor porque o sistema político e o funcionamento às vezes irracional dos partidos às vezes nos deitam abaixo”.
Jornal de Leiria/Agência Lusa