Há 20 anos que O Nariz organiza sessões de histórias com narração oral. O grupo (que é mais antigo) começou como produtor e promotor, depois, em 2010, inaugurou o projecto Contos ao Pôr-do-Sol e, em 2017, juntou-lhe o Encontro de Contadores, que está a decorrer em Leiria e noutros concelhos até sábado, 11 de Fevereiro.
Em 2023, O Nariz anuncia sete convidados (Antonella Gilardi, Carlos Marques, Celso Fernández Sanmartín, Cristina Taquelim, Jorge Serafim, Patrícia Amaral e Rodolfo Castro) em representação de cinco países (Portugal, Angola, Argentina, Espanha e Itália) de três continentes.
O programa termina no sábado, com a sessão no Teatro Miguel Franco, em que participam Antonella Gilardi, Carlos Marques, Celso Rodríguez Sanmartín, Jorge Serafim, Patrícia Amaral e Rodolfo Castro. “Vão pegando nas histórias uns dos outros, é um formato que eles próprios vão estabelecendo”, explica Pedro Oliveira, d’O Nariz.
Sexta-feira, 10 de Fevereiro, no espaço Recreio dos Artistas, também em Leiria, na Rua Tenente Valadim, o palco está reservado para o argentino Rodolfo Castro, que vai apresentar três livros que publicou anteriormente: O Abismo de Gilgamesh, Amigos até à Hora de Almoço e Dez Histórias Mal Contadas. “Não é bem uma sessão de contos”, comenta Pedro Oliveira, mas, “não quer dizer que ele não conte uma história ou outra”.
Entretanto, desde segunda-feira e até sexta, ou seja, durante cinco dias, o Encontro Internacional de Contadores de Histórias e Narradores Orais acontece nas escolas, numa ronda com Cristina Taquelim, Carlos Marques, Rodolfo Castro, Antonella Gilardi, Patrícia Amaral e Jorge Serafim. Estão incluídos 16 estabelecimentos de ensino e agrupamentos dos concelhos de Leiria, Marinha Grande, Batalha e Santarém, do pré-escolar ao ensino secundário, numa iniciativa que chega a centenas de crianças e jovens e que, segundo Pedro Oliveira, “vai crescendo, cada vez mais, em termos de público”, de ano para ano. “É um trabalho que deixa frutos”.
Ao longo das várias edições, o evento que O Nariz dinamiza tem partilhado com o público a oportunidade de escutar contadores portugueses, mas, também, de outras origens, de expressão ibérica, numa interacção entre a Europa, África e a América Latina. Desta vez, estreiam-se Celso Sanmartín (Espanha) e Patrícia Amaral (Angola).
“Consideramos que as expressões orais são um veículo de agregação cultural e, dessa forma, apostámos desde sempre neste caminho”, refere o texto divulgado pela organização. “Ano após ano demos voz a diversas narrativas e à nossa cultura imaterial, sendo os contadores de histórias e narradores orais envolvidos, os mediadores fundamentais na passagem de conhecimento, proporcionando ao público – de diversas idades – momentos de cultura e de lazer”.
A pretexto das histórias contadas, que O Nariz já levou, por exemplo, a instituições de solidariedade social, associações e bibliotecas, há cruzamentos com o documentário, o debate, o cinema de animação, a música e a literatura.
“Combater a iliteracia, compreender o mundo que nos rodeia e desenvolver o espírito crítico são pontos-chave neste processo recorrendo a adágios, contos tradicionais, trava línguas, narrativas e todas as formas de expressar memórias e mensagens que se transformem numa reflexão para cada ouvinte”, salienta a nota de divulgação.