O sector da hotelaria e da restauração da região apresenta perspectivas optimistas para a passagem de ano.
O Natal já superou expectativas e houve um aumento significativo de pessoas a escolher hotéis para a Consoada e passar a noite de 24 para 25 de Dezembro, especialmente em Fátima.
Miguel Xavier, presidente da Delegação de Leiria da Ahresp – Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal, reconhece que, cada vez mais pessoas procuram os espaços de restauração para a noite de Ano Novo, em Leiria.
O fogo de artifício à meia-noite e os concertos trazem muita gente à cidade.
“Os espaços abertos nessa noite costumam ter uma boa ocupação”, explica o responsável, fazendo notar que, na noite de Natal, houve restaurantes abertos para a Consoada.
Alguns espaços responderam às solicitações por uma opção que parece cada vez mais instalada, já que liberta as famílias das cozinhas e permite mais tempo em convívio.
Em ambas as noites especiais, os preços são, naturalmente, um pouco mais elevados, porque além dos custos extra com aquecimento e iluminação, nas ementas guram produtos mais requintados e de acordo com a época festiva, do bacalhau, ao marisco ou espumantes.
“Para o ano novo, a procura costuma ser tanta que já há espaços de restauração a estabelecer “turnos de reserva”. Isto é, há períodos específicos para o jantar, explica.
A meia-noite é passada na rua, sob o fogo de artifício, na festa da passagem do ano.
“Há espaços de restauração que encerram antes das 00 horas, para que as suas equipa possam também celebrar o Ano Novo”, refere o representante da Ahresp, fazendo notar que se trata de um sinal de reconhecimento “da entidade empregadora” para com os seus colaboradores que abdicaram de passar estas datas com as famílias.
“Tanto o dia 24 como o 31, não são feriado. É preciso ter um lado humano sim, mas também é preciso ‘educar’ os clientes. Se fechamos às 23 horas, é mesmo às 23 horas. Tem de haver respeito pelos trabalhadores que também têm famílias à espera”, resume Miguel Xavier.
Faltavam dez dias para o final do ano, quando o Monte Real Hotel, Termas & Spa encerrou as reservas para a passagem do ano.
“Teremos 150 pessoas e 101 quartos reservados”, diz o director, Pedro Paixão. De acordo com a sua análise, o interesse pelo “réveillon” num hotel está a aumentar e os contactos são feitos cada vez mais cedo.
“Temos também uma taxa elevada de pessoas que regressam ano após ano. Curiosamente, este ano, até notámos uma procura maior no Natal. Foi mesmo fora do normal e batemos todos os recordes para a Consoada e almoço no dia 25. Tivemos 100 pessoas para as refeições e 60 alojadas”, contabiliza o responsável.
A passagem de ano, neste caso, inclui um jantar de gala, animado por uma banda, o champanhe tradicional à meia-noite e um dj que actuará, sem previsão de fim da festa.
Tradicionalmente, a maior parte das pessoas escolherá a hotelaria das praias para o “réveillon”.
No caso do grupo Miramar Hotels, que conta com dois hotéis, a capacidade está completa desde o final de Setembro.
“Temos muitos clientes delizados que fazem reserva logo no dia 2 de Janeiro, para o ano seguinte”, resume Serafim Silva, responsável do grupo.
O pacote completo inclui, nas suas palavras, “um verdadeiro banquete”, com marisco, leitão, borrego e outros pratos fortes, champanhe e música a noite toda.
Mas há um local que não é conhecido pela afluência de visitantes na passagem de ano, mas cujo cenário poderá estar a mudar, à medida que há a procura de sítios menos apinhados.
Falamos da quinta cidade em Portugal com mais dormidas: Fátima.
“A grande noite, nesta quadra, quanto à ocupação hoteleira, era o Natal, com muitas famílias a ficarem de 24 para 25 e a realizarem aí a Consoada, por ser mais prático.
Além disso, há a questão religiosa do santuário e é tradição ir à Missa do Galo”, conta Alexandre Marto Pereira.
Para o CEO da United Hotels of Portugal, numa época marcada pela dispersão geográ ca das famílias, a cidade por se encontrar numa posição central, em relação a Lisboa e Porto, atrai as famílias, separadas pelas distâncias.
Já a passagem de ano em Fátima, embora não seja tão forte, com muitas unidades hoteleiras encerradas por ser época baixa ou por darem esse dia aos seus colaboradores, começa a angariar mais clientes.
“São pessoas com recursos que não querem ficar em casa e que procuram uma coisa mais calma”, explica Alexandre Marto Pereira.