Portugal e Espanha continuam a tentar, de braços dados, trazer para a Península Ibérica alguns eventos desportivos internacionais de primeiro plano.
Agora, além do Mundial de futebol de 2028, também o Europeu de andebol do mesmo ano está na mira dos dois países.
E a região de Leiria, uma das que mais apaixonadas é pela modalidade, faz questão de se envolver nesta aposta.
Foi na Nazaré que se realizou, na semana passada, uma reunião de trabalho entre os presidentes das duas federações nacionais da modalidade, Miguel Laranjeiro e Francisco Blásquez, e que contou também com o presidente do Munícipio, Walter Chicharro.
Enquanto vice-presidente da Federação de Andebol de Portugal, Pedro Sequeira, de Caldas da Rainha, assumiu a coordenação da Comissão da Candidatura ao Euro’2028, em Portugal, “mas sempre em estreita ligação” com a congénere espanhola.
“Nos últimos anos, a EHF (Federação Europeia de Andebol) tem tido dificuldade em ter candidaturas para organizar o Europeu que não sejam do norte da Europa ou dos países ao centro, como a França e a Alemanha. Uma candidatura do sul da Europa pode demonstrar que o andebol é jogado em todas as latitudes e com grande capacidade organizativa de evento”, sublinha o também presidente da Confederação de Treinadores de Portugal.
Pedro Sequeira está confiante que esta candidatura pode ser vencedora dada a “enorme motivação e empenho que os dois países estão a colocar”.
“Consideramos fundamental a promoção do conceito da Ibéria. Espanha e Portugal têm muitas coisas em comum, que nos ligam, e a candidatura terá de enfatizar isso. Há jogadores e treinadores espanhóis em Portugal, jogadores portugueses em Espanha, a paixão comum pelo andebol, o excelente ranking das duas selecções masculinas ou a proximidade da língua e da cultura. Eu acredito”, diz o docente da Escola Superior de Desporto de Rio Maior.
No entanto, os jogos dificilmente poderão passar pelo distrito de Leiria, assume o responsável, dadas as “enormes exigências” ao nível de infra-estruturas que constam no caderno de encargos.
Os pavilhões terão de ter lotações entre os 5 mil e 18 mil espectadores. “Actualmente só Lisboa tem um pavilhão que reúne esses requisitos.”
Ainda assim, reforça Pedro Sequeira, “este Europeu é uma candidatura de Portugal e não de uma cidade”.
“Todas as regiões terão a festa do Europeu. Leiria tem enormes tradições no andebol e a região e os seus clubes terão um papel importante a desempenhar.” Além disso, muitas equipas virão para Portugal estagiar e treinar.
A Nazaré pretende atrair selecções nacionais, aproveitando a localização central, os bons acessos e as infra-estruturas hoteleiras e desportivas.
“Queremos estar envolvidos e dispostos a receber equipas em estágios ou como residência durante a competição”, explica Walter Chicharro.