Nas zonas da Mata Nacional de Leiria rearborizadas depois do incêndio de 2017, “a taxa de mortalidade está dentro dos valores expectáveis, tendo em conta as condições edafoclimáticas do local”, assegura o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), a entidade responsável pela gestão do pinhal. “A taxa média de sobrevivência ronda os 75%”.
No que respeita a acções de retancha (substituição de plantas que morreram ou não vingaram), o organismo garante que “desde [o ano de] 2020 que se efectuam retanchas na Mata Nacional de Leiria, tendo sido efectuadas em cerca de 2.500 hectares”.
Por outro lado, “nas áreas onde a proliferação de invasoras lenhosas e a densidade de matos é elevada e podem pôr em causa o sucesso da arborização através da competição, têm sido realizados trabalhos de manutenção através de meios próprios do ICNF”, pode ler-se na mesma resposta enviada ao JORNAL DE LEIRIA.
Que percentagem da Mata Nacional de Leiria já se encontra intervencionada? Entre rearborização e aproveitamento da regeneração natural, 69% dos 9.475 hectares atingidos pelo incêndio considerados para recuperação, ou seja, o equivalente a 6.534 hectares, segundo dados partilhados com o JORNAL DE LEIRIA pelo ICNF. Para 2025, estão já previstas intervenções de plantação, aproveitamento de regeneração natural e outras intervenções em aproximadamente 900 hectares. Da área recuperada cerca de 20% foi efectuada através de aproveitamento de regeneração natural e 80% com recurso a arborizações.
Quanto investiu o Estado desde o incêndio na recuperação da Mata Nacional de Leiria? E quanto planeia investir? Até à data, foram investidos 6.123.410 euros, portanto, ligeiramente acima de 6 milhões de euros. Há a promessa de aumentar o montante global do investimento até 9 milhões de euros em 2025. Os projectos já executados contemplaram rearborização, renovação de zonas de lazer, reabilitação do ponto de vigia da Crastinha, beneficiação de estradas, estabilização de arribas e acções de defesa contra incêndios. Os investimentos em curso ou para o período até 2025 abrangem rearborização, aproveitamento de regeneração natural e controlo de invasoras, entre outros.
“A recuperação da Mata Nacional de Leiria é um processo dinâmico e contínuo, sendo que a sua recuperação cumpre o estabelecido no Plano de Gestão Florestal (PGF) da Mata Nacional de Leiria (2019 a 2038) em vigor”, nota o ICNF.
“Para 2025, a área a recuperar está de acordo com o preconizado no Plano de Gestão Florestal em vigor, sem prejuízo da intervenção prevista ser adaptativa e condicionada às dinâmicas territoriais e necessidades de gestão”, acrescenta a entidade que tem a tutela do Pinhal de Leiria.
“A vegetação espontânea que ocorre nas áreas (re)arborizadas tem um papel fundamental na recuperação de solos, na retenção de humidade e no incremento da biodiversidade, importantes para o sucesso das jovens plantas instaladas”, é referido, ainda, na informação recebida pelo JORNAL DE LEIRIA.