O Plano Estratégico de Reabilitação de Linhas de Água (PERLA) de Leiria identificou 44 locais críticos no concelho, disse hoje à agência Lusa o vereador Luís Lopes, que garantiu acreditar que o documento garante mais segurança à população.
“São aqueles que à data de hoje faz sentido que estejam referenciados desta mesma forma, seja como pontos [18] ou troços críticos [26]”, declarou Luís Lopes.
O vereador, que tem, entre outros, os pelouros do Ambiente e da Protecção Civil, disse existirem vários sítios ao longo dos rios Lis e Lena que, “com relativa facilidade, têm acumulação de sedimentos, o que significa que a água vai sair com maior facilidade” quando há episódios meteorológicos mais severos.
O PERLA, que começou a ser elaborado no Verão de 2021 e que agora foi concluído, foi apresentado hoje em reunião de Câmara, seguindo-se a sua divulgação junto da Assembleia Municipal.
Segundo Luís Lopes, a primeira conclusão do PERLA é a de que o concelho tem “uma enorme quantidade de linhas de água”, no total de 1.600 quilómetros, que carecem de intervenção.
“É um território vastíssimo que, por um lado, traduz que temos um enorme património em termos de água e ela está disponível. E isso requer, também, da nossa parte, que seja bem cuidada e bem tratada, precisamente para que esteja disponível e para que não tenhamos problemas”, adiantou.
Entre esses problemas pode estar a impossibilidade de se conseguir direccionar a água quando é precisa ou casos de inundações e cheias, precisou.
Para Luís Lopes, o PERLA, é, igualmente, um instrumento de monitorização que se vai traduzir em “acções de fiscalização” e de verificação do estado das linhas de água.
O vereador explicou que se se tiver apenas e só o plano de manutenção das linhas de água a decorrer (estimativa anual de custos de 270 mil euros) e com anos estáveis do ponto de vista hidrológico que não obriguem a outro tipo de intervenção, a Câmara conseguiria “manter num ciclo de seis anos as manutenções necessárias para que todas estas linhas de água sejam perfeitamente normais em termos de funcionamento”.
Destacando que o documento dá “uma estabilidade muito grande em termos de gestão” das linhas de água, Luís Lopes apontou ainda que a autarquia dispõe agora de um documento orientador que permite “fazer um planeamento efetivo para 2023, 2024, 2025 e por diante”.
“E estamos bastante mais seguros, quer nós, politicamente, quer tecnicamente, para qual a tipologia de intervenção a aplicar, de que forma, em que local e em que período”, acrescentou.
“Portanto, no fundo, é uma orientação sustentada, técnica e também orçamental para todas as intervenções que sejam necessárias fazer no âmbito das linhas de água”, sintetizou, realçando o contributo para a segurança das populações.
De acordo com o autarca, o documento, que elenca 54 medidas de intervenção (como retirada de invasoras, reperfilamento ou plantação de espécies ripícolas), permite “garantir que a probabilidade de inundações ou cheias é menor” e tem “informação absolutamente fundamental para aqueles que são proprietários de terrenos confinantes com linhas de água ou que moram próximo de linhas de água”.
“Se eu for proprietário, tenho aqui informação que eu próprio posso utilizar para fazer intervenção e garantir que a linha de água está perfeitamente cuidada. Se eu não tenho essa propriedade, mas moro próximo da linha de água, também posso ir consultar o que é que, efetivamente, pode ser feito, quem é o responsável – se é o município, se é um proprietário privado, se é uma outra entidade – e acaba por ser transversal a todo o território”, afirmou Luís Lopes.