Salvador Alberto du Courtills Cifka Duarte ou apenas Cifka Duarte foi um dos primeiros pilotos de guerra portugueses, chegando a combater nos céus de França, durante a I Guerra Mundial.
De regresso a Portugal, foi o primeiro director de uma escola de aviação, mas para as gentes da aldeia de Leiroso, Ilha, no concelho de Pombal, ficou na memória por, a 10 de Abril de 1921, ali ter aterrado de emergência.
O relato foi transmitido por via oral, de geração em geração, antes de a informação constar de livros da história da aviação nacional.
A descrição só passou a ter vida nos anais, quando Manuel Marques de Jesus, historiador amador e partidor da terra, já falecido, pagou 2600 escudos de taxi para ir até ao Museu do Ar para descobrir o nome do piloto-aviador e o avião em questão.
No sábado, a União de Freguesias da Guia, Ilha e Mata Mourisca, celebra a primeira vez que a população local teve um encontro directo do terceiro grau, com um verdadeiro ás e pioneiro da avição portuguesa.
Devido às limitações ditadas pela pandemia, a data será recordada através da inauguração de uma placa comemorativa do centenário na Rua Cifka Duarte.
“Pretende-se com este acto, por um lado, recordar como uma pequena aldeia, há 100 anos, contribuiu para a história da aviação em Portugal e por outro lado homenagear um dos seus, que durante anos registou os eventos mais marcantes da Ilha”, refere a autarquia em nota.
Salvador Alberto du Courtills Cifka Duarte, nasceu em Marvila, Santarém, a 10 de Maio de 1882 e faleceu a 7 de Junho de 1964.
Foi um oficial da cavalaria, pioneiro da aviação em Portugal, tendo sido coronel piloto aviador no topo da sua carreira.
Alistou-se como voluntário no Regimento de Artilharia n.º 3, sendo incorporado no dia 23 de Julho de 1898.
Já capitão, iniciou a instrução de piloto aviador no Signal Corps Aviation School, a 15 de Dezembro de 1915 nos Estados Unidos, tendo recebido o seu brevet pela Escola de Aviação de Chartres, em França, no dia 28 de Agosto de 1916.
Passou à situação de reforma em 5 de Janeiro de 1937. Está sepultado no Cemitério do Lumiar, em Lisboa.
Foi o primeiro comandante da Base Aérea de Sintra.
Pela sua frontalidade, chegou a ser alvo de um processo, em 1931, nos início do Estado Novo, ao redigir uma exposição, que enviou ao Ministro da Guerra, sobre a situação política e que foi julgada “inconveniente”.