É provável que criativos como ilustradores, músicos e vários tipos de produtores de conteúdos tenham de reinventar as suas profissões, à medida que a Inteligência Artificial (IA) tende a apresentar resultados de forma mais célere, admite João Mota, da Void.
Talvez as novas tecnologias não consigam competir com a qualidade dos trabalhos executados pelos homens, mas pela rapidez, reconhece o administrador desta empresa de Leiria, especialista em software, que, mesmo assim, se mostra optimista com as mudanças esperadas no mercado de trabalho. Nalgumas funções, poderá não haver substituição do homem, mas antes o aparecimento de tecnologias que auxiliam as suas tarefas, prossegue.
“Interrogações deste género, sobre a [LER_MAIS]precariedade e sobre o fim de profissões sempre se colocaram”, constata João Mota, reportando-se à chegada da primeira Revolução Industrial, da Era Nuclear ou da invenção da internet.
Porém, se algumas delas foram desaparecendo, outras foram criadas, contrapõe, acreditando que desta vez não será diferente. Exemplifica com as oportunidades que se abrirão com a engenharia de prompt.
A opinião partilhada por João Mota com o nosso jornal segue de resto em linha com a de especialistas internacionais ouvidos pela agência EFE, citados pela Lusa. “Telemarketing, contabilidade, tradução, ensino, programação e mesmo investimento” são profissões que estudos recentes indicam que irão mudar à medida que a IA se torne mais popular.
Robert Seamans, professor da Universidade de Nova Iorque, envolvido num estudo sobre como os modeladores de linguagem como ChatGPT, GPT-4, Bing e Bard irão afectar as profissões, disse à EFE que o telemarketing demonstrou ser a profissão “mais exposta a mudanças na modelação linguística”.
Não significa que estes trabalhos sejam substituídos por IA, mas que a IA venha a “complementar o trabalho que está a ser feito”, considerou.