Nos últimos dias, o número de doentes Covid internados no Centro Hospitalar de Leiria (CHL) desceu ligeiramente. Há uma semana, dia 27, a instituição tinha ocupadas 29 das 30 camas destinadas a cuidados intensivos e intermédios.
Esta quarta-feira, havia 27 doentes internados nessas valências. A descida fez-se sentir também ao nível dos internamentos em enfermaria. Ontem, eram 176 doentes, para um total de 202 camas, quando na passada quarta-feira estavam ocupadas 184 dessas vagas.
Também diminuiu o número de doentes transferidos do CHL para a Santa Casa da Misericórdia da Marinha Grande, ao abrigo de um protocolo que prevê a disponibilização de camas em enfermaria. Passou de 13 para 11.
O Hospital Bernardino Lopes de Oliveira, em Alcobaça, vai transferir os doentes infectados com SARS-CoV-2 para o Hospital de Santo André, em Leiria, com vista à concentração de estruturas Covid-19.
“Pretendemos concentrar as estruturas Covid que estão localizadas no Hospital de Santo André [HSA], rentabilizar os recursos, optimizar as equipas já treinadas na prestação de cuidados aos doentes Covid, com a separação bem definida das áreas e circuitos para doentes Covid e não Covid, que no HSA é muito mais fácil”, justifica o presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar de Leiria (CHL), que integra as unidades de Alcobaça, Leiria e Pombal.
Licínio de Carvalho refere que a transferência de doentes Covid-19 nível I (enfermaria) acontecerá “muito em breve”.
“O objectivo é fazer a desocupação progressiva do Hospital Bernardino Lopes de Oliveira [HABLO] e de forma coordenada com as vagas do HSA.”
O presidente do conselho de administração admitiu que possa haver transferências de utentes não Covid para a Unidade de Internamento de Curta Duração do HABLO, que tem 11 camas para aqueles doentes.
“Neste momento, o CHL dispõe, no total, de 245 camas, sendo 202 de nível I (enfermaria), das quais 180 são no Hospital de Santo André (HSA) e 22 no Hospital de Alcobaça”, refere Licínio de Carvalho, ao afirmar que o hospital mantém o nível 5 do Plano de Resposta Covid-19 de enfermaria.
Existem ainda dez camas de nível II (cuidados intermédios) na Unidade de Cuidados Agudos Polivalente (UCAP) no HSA, 20 camas de nível III (cuidados intensivos) – dez no Serviço de Medicina Intensiva no HSA e dez na UCAP.
“Neste momento temos vagas 36 camas de nível I, três camas de nível II e III”, revelou ainda.
O presidente do CHL confirmou ainda que foi transferido um doente para o hospital de São João, no Porto, como noticiado pelo jornal Observador.
“Quando a ventilação invasiva já não é solução, face à gravidade da pneumonia pela covid, exige a necessidade de uma técnica chamada ECMO (Extra Corporeal Membrane Oxygenation), que só existe em algumas unidades de cuidados intensivos no país, nomeadamente no Hospital de São João. Por isso, no dia 1 de Fevereiro foi transferido um doente que já estava a aguardar uma vaga há uns dias”, explicou.
Licínio de Carvalho reforçou ainda que, nas últimas 24 horas, o CHL recebeu três doentes dos cuidados intensivos, “oriundos de outras regiões do país, ao abrigo do princípio da solidariedade do Serviço Nacional de Saúde”.
“Neste momento, existem 39 vagas para doentes covid, pelo que a situação está equilibrada”, assumiu.
Misericórdia de Leiria recebe doentes da ARSVT
O Hospital D. Manuel de Aguiar, da Misericórdia de Leiria, irá receber doentes não-Covid enviados pela Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo ao abrigo de um protocolo que prevê a disponibilização de 10 camas para este efeito.
A informação é avançada pelo provedor Carlos Poço, que revela ainda que está ser ultimado um outro protocolo com o Centro Hospitalar de Leiria (CHL). Neste caso, serão disponibilizados dois blocos operatórios e 12 camas, sendo as cirurgias – “umas em ambulatório e outras não” – efectuadas por médicos do CHL.
“A Misericórdia apoiará com pessoal de enfermagem e acompanhamento médico”, acrescenta o provedor. Carlos Poço revela ainda que no Lar Nossa Senhora da Encarnação, propriedade da instituição, estão 16 utentes que se encontravam no hospital em situação de alta protelada, ou seja, clinicamente não precisam de se continuar hospitalizados, mas permaneciam nessa condição por questões sociais.
Esta solução resulta de um protocolo celebrado entre a Misericórdia e a Segurança Social.