SafeTrack é o nome de um projecto que está a ser desenvolvido por uma equipa multidisciplinar do Centro Hospitalar de Leiria (CHL) e do Politécnico de Leiria, com o objectivo de desenvolver um dispositivo que monitorize alguns parâmetros fundamentais de utentes que entrem na urgência do hospital.
O estudo observacional, coordenado pela investigadora principal, Sandrine Mendes, técnica superior do Serviço de Patologia Clínica do CHL, que teve início a 1 de Janeiro deste ano, envolve o Serviço de Urgência Geral (SUG), a Unidade de Internamento de Curta Duração (UICD) e o Serviço de Patologia Clínica do CHL.
São ainda investigadores coordenadores, Maria Pedro Guarino, do ciTechCare, e Sandra Neves, do LIDA – Laboratório de Investigação em Design e Artes, ambas do Politécnico de Leiria.
A ideia do projecto surgiu após uma ida ao SUG. Sandrine Mendes entrou com gripe A e enquanto esperava a febre subiu. “Apercebi-me que os profissionais de saúde são super-heróis e não conseguem chegar aos utentes.[LER_MAIS] Estive mais de uma hora com febre sem que um profissional de saúde conseguisse olhar para mim. Daí surgiu esta ideia: por que não terem um monitor com um alerta que indique, por exemplo, que a temperatura daquela utente está a subir?”, revela ao JORNAL DE LEIRIA.
Para Sandrine Mendes, este dispositivo irá dar “alguma segurança e conforto aos utentes, porque estão 100% acompanhados estando monitorizados, e será uma grande mais-valia para os profissionais de saúde e utentes”. Com esta informação em tempo real, os médicos “podem priorizar um doente que está a piorar”, acrescenta.
Maria Pedro Guarino adianta que, em colaboração com os profissionais de saúde, têm procurado perceber “quem vai precisar destes sensores” e como será feita a monitorização “sem sobrecarregar os profissionais”.
“A ideia é simplificar a vida às pessoas”, explica, justificando assim o desafio feito a Sandra Neves, com experiência no Reino Unido no design participativo na área da saúde.
Esta investigadora irá ajudar a encontrar o design mais prático e acessível para médicos e utentes. “Não será uma monitorização em contínuo” da parte do profissional, mas este terá um alerta sempre que “houver deterioração clínica”, afirma Maria Pedro Guarino.
O protótipo permitirá monitorizar a frequência cardíaca, saturação de oxigénio, pressão arterial, frequência respiratória e temperatura.