Vitor de Matos, presidente da Junta de Freguesia de Regueira de Pontes e irmão de Carlos de Matos, é outro dos arguidos no processo. O autarca explica que a sua condição de arguido surge apenas por ser o director financeiro da Saint Germain – Empreendimentos Imobiliários SA.
“A ligação ao processo começa e termina aí”, sublinha Vítor de Matos, que confirma a realização de uma busca domiciliária por parte das autoridades.
“E, por esse motivo, teve de ser constituído arguido, para permitir a realização de buscas por parte das autoridades, assim como a entrega de documentação”, lê-se numa declaração escrita enviada à Lusa.
O negócio imobiliário que esteve na origem das quatro detenções envolveu a venda de um terreno em Monte Gordo por 5,6 milhões de euros, aprovada em Assembleia Municipal no dia 3 de Abril de 2020, com os votos a favor do PSD e contra da bancada do PS e da CDU.
O seu irmão Carlos de Matos foi um dos quatro detidos na terça-feira, no âmbito da “Operação Triângulo”, pela Polícia Judiciária (PJ), por suspeitas de corrupção, recebimento indevido de vantagem e abuso de poder na intermediação de um negócio imobiliário em Monte Gordo, Vila Real de Santo António.
O empresário já desmentiu qualquer ilegalidade.
Foram igualmente detidos a presidente da Câmara de Vila Real de Santo António, Conceição Cabrita (PSD), que, entretanto, renunciou ao cargo, um trabalhador da Administração Pública e outro empresário.
Segundo um comunicado da PJ, em causa estão “factos susceptíveis de integrarem a prática dos crimes de corrupção, recebimento indevido de vantagem e abuso de poder”, havendo “suspeitas de actuação ilícita de titular de cargo político, que beneficiou da colaboração de funcionários, bem como outros intervenientes, na intermediação de um negócio, de compra de imóvel, propriedade do município, na praia de Monte Gordo”.