Jorge Jardim, o piloto que hoje faleceu no combate às chamas no Gerês, após o seu avião Canadair se despenhar, era residente em Leiria, cidade que tornou seu lar há décadas.
Foi director da Escola de Pilotagem do Aeroclube de Leiria, e actualmente, era examinador de candidatos a piloto.
“Piloto qualquer um pode ser com o curso, mas para ser aviador tem de se ser uma excelente pessoa além de bom piloto. E ele era um excelente aviador”, diz Afonso Dinis, membro e antigo presidente do Aeroclube de Leiria.
Jorge Jardim era natural de Maputo, Moçambique, tendo feito instrução na África do Sul como piloto de helicópteros e de avião. Fixou-se em Leiria, onde casou, e trabalhou na aviação comercial. Nos últimos anos, dedicou-se ao combate aéreo de incêndios.
Este ano, o piloto de 65 anos estava contratado pela empresa Ocean Sky. Faleceu após uma manobra de reabastecimento de água na Barragem do Alto Lindoso, tendo o aparelho despenhado, a cerca de 1 km da fronteira com a Galiza, já no lado espanhol.
“Ele pilotava desde os 20 e poucos anos. Era uma pessoa com um alto grau de profissionalismo e um excelente instrutor. Era um homem de grande coração que ajudou muitas das entidades por onde passou”, recorda Afonso Dinis, sublinhando a afabilidade de Jorge Jardim, que lhe valeu amigos em todo o Mundo.
“É uma perda imensa. O Jorge era um amigo e um excelente profissional”, resume.