Deixou a direcção do Mosteiro da Batalha no final de 2011, onde trabalhou durante duas décadas, mas Júlio Órfão, de 67 anos, explica que estar aposentado só o desobrigou de cumprir horários. A actividade, essa, continua intensa. E são tantos os objectivos que traçou para si, que não tem a mínima oportunidade de parar no tempo.
Júlio Órfão foi professor de História no Centro de Estudos de Fátima durante 12 anos, até que, em 1986, assumiu a vereação na Câmara da Batalha, pelo PSD, onde esteve durante quatro anos a tempo inteiro. Integrou depois a região de turismo, que era então denominada Rota do Sol, liderada por Carlos Pimenta, e ainda voltou a leccionar na Escola Secundária Francisco Rodrigues Lobo antes de assumir a direcção do Mosteiro da Batalha.
Ao longo desses quase 20 anos à frente dos destinos do monumento, Júlio Órfão teve oportunidade de desempenhar outros cargos, de cariz social, dos diz orgulhar- se bastante. Recorda, por exemplo, os 12 anos de trabalho na Assembleia Geral da Santa Casa da Misericórdia da Batalha e, pelo mesmo período, a colaboração na Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Batalha.
E depois de uma vida activa, realmente cheia de actividade, o que se pode fazer na reforma? Muitíssimo, demonstra Júlio Órfão. Continua a prestar o seu contributo como consultor e assessor da Aricop e também na revista da associação, A Construção. No campo da música, faz parte da direcção da associação Sons do Lena, onde integra um grupo de música tradicional e toca acordeão. E é ainda nesta associação que actua no grupo de gaitas de foles Gaitilena. Também no domínio da música, Júlio Órfão colabora semanalmente com a Paróquia da Batalha, e todos os domingos toca órgão no Mosteiro da Batalha.
[LER_MAIS] Em regime de voluntariado, ensina órgão no convento das irmãs do Mosteiro da Visitação de Santa Maria na Faniqueira.
Júlio Órfão também se mantém activo na política e preside à Assembleia Municipal da Batalha. É uma actividade que o vai motivando a estar sempre atendo ao que se passa no concelho, de forma a dar resposta às solicitações dos munícipes, explica o ex-director do Mosteiro.
Embora resida actualmente em Leiria, Júlio Órfão é natural de São Mamede e diz que todas as semanas regressa à terra natal, munido da sua roçadeira, para cuidar, com gosto, do património que a sua família lhe deixou.
E o Mosteiro? Bem, cumprido o seu dever, havia que dar lugar à mudança. E Júlio Órfão acredita que a mudança, quando é bem feita, traz sempre novos valores, novas ideias. E foi isso que aconteceu com a chegada de Joaquim Ruivo, seu sucessor, à direcção do monumento.