Acaba de ser lançado um abaixo-assinado contra a atribuição de concessão para prospecção e pesquisa de inertes na Barosa, a ser enviado às entidades competentes com o objectivo de travar este processo. As assinaturas estão a ser recolhidas até ao próximo dia 24 de Março.
A petição surge no seguimento do “Pedido de atribuição de direitos de prospecção e pesquisa de depósitos minerais para a área designada Barosa”, da Sorgila – Sociedade de Argilas, S.A., que está em consulta pública na plataforma Participa.pt, também até ao dia 24 de Março.
A decisão de lançar um abaixo-assinado resultou de uma sessão decorrida ontem ao final da tarde no salão paroquial da Barosa, promovida pelas juntas da União das Freguesias de Marrazes e Barosa e da freguesia de Amor, onde participaram mais de duas centenas de pessoas.
“A prospecção e pesquisa de inertes terá um impacto nefasto no nosso território, nomeadamente no habitat e diversidade. Não faz qualquer sentido avançar com isto”, refere Paulo Clemente, presidente da Junta da União das Freguesias de Marrazes e Barosa, adiantando que o abaixo-assinado será distribuído por vários espaços das freguesias, estando também disponível online.
De acordo com a petição, os “documentos apresentados no âmbito do pedido de atribuição de concessão Barosa não acautelam devidamente os impactos ambientais cumulativos com mais uma exploração ou de um aumento da área de exploração deste tipo de materiais nos referidos territórios”.
O “impacto gigante que a exploração de inertes provoca na mancha florestal” e as “consequências negativas para a saúde pública, qualidade de vida, estabilidade dos ecossistemas, superfície de solo cultivável e produção agrícola e pecuária” são também mencionados no abaixo-assinado.
Município de Leiria vai enviar exposição à Direcção-Geral de Energia e Geologia
A autarquia leiriense vai enviar uma exposição à Direcção-Geral de Energia e Geologia a manifestar a sua oposição à prospecção, pesquisa e exploração de inertes na Barosa.
Em comunicado, o município refere estar em causa “a proximidade de aglomerados populacionais, a descaracterização da paisagem, a redução da mancha florestal, a interferência nos fluxos hídricos com potencial abaixamento do nível freático, a diminuição da qualidade do ar devida à existência de poeiras, o aumento do ruído e a degradação das vias de comunicação”.
O município tinha já manifestado a sua posição na sessão de discussão pública decorrida ontem à tarde, onde o vereador do Ambiente, Luís Lopes, mencionou que seria tomada uma posição de apoio à população na plataforma Participa.pt.